«As únicas duas fórmulas governativas que podem dar glória e grandeza a uma nação são a monarquia absoluta e a república aristocrática. Sendo a tendência de toda a sociedade a de ser uma oligarquia, ou uma colecção de oligarquias, só podem ser verdadeiramente grandes dois tipos de sistema social – o que destrua todas as oligarquias e o que "organize" a oligarquia. Ora, só o poder pessoal, à D. João II, pode esmagar as oligarquias; e só a República aristocrática, oligarquia dos melhores, pode, aceitando o defeito fundamental dos melhores, triunfar dele por dentro. A república aristocrática é o sistema mais perfeito, porque é o mais estável dos dois. A monarquia absoluta depende de um homem; a república aristocrática é já uma instituição.
Todos os outros sistemas de governo são maus. A chamada "democracia" é apenas uma oligarquia complexa, ou uma complexidade de oligarquias. A monarquia constitucional é má porque é a média entre o que morreu e o que não pode existir.
A sociedade, verdadeiramente, não é composta de homens, mas de agrupamentos; é, portanto, uma potencialidade de oligarquias.»
Ao Portugal actual chamemos Mortugal. Isto, se quisermos ser realistas. Para os mais sonhadores, talvez Hortugal esteja mais a contento: já não é um jardim à beira-mar plantado, mas ainda pode ser uma horta. Nabos e hortaliças, pelo menos, não faltam.
Pois bem, neste Mortugal em que jazemos, os piores julgam-se os melhores, são ovacionados por microturbas mentecaptas, e reinam em conformidade. Em vez duma República aristocrática temos, por conseguinte, uma república cacocrática ou "democracia dos alguidares". Em vez de glória e grandeza, temos baixaria e corrupção. A pergunta que eu, entretanto, gostava de deixar a todos os autoproclamados patriotas é, no essencial, a seguinte:
Será possível, sem recurso à magia negra, fazer duma oligarquia dos piores uma oligarquia dos melhores? Isto é, na terminologia Pessoana, será possível, a não ser por artes taumatúrgicas, converter uma oligarquia caótica numa agremiação organizada? Um cancro num cérebro? Um monstro rastejante num Zeus Olímpico?...
Relembro que isto ainda não é uma república das bananas, apenas e somente, porque é uma república dos macacos e, assim sendo, não há bananas que resistam.
Portugal é um jardim à beira mar plantado. Um oásis num deserto neo-realista. Um tabernáculo de budas ditosos plantados em usufrutos vários por conta da casa. Um lupanar de benesses. Uma gôndola do bem-bom. Um giroflé de sorrisos das criaturas bem-vindas.
ResponderEliminarPorugal é o país das maravilhas!
"Um quadro superior da GALP, admitido em 2002, saiu com uma indemnização de 290.000 euros, em 2004. Tinha entrado na GALP pela mão de António Mexia e saiu de lá para a REFER, quando Mexia passou a ser Ministro das O.P. e Transportes...
O filho de Miguel Horta e Costa, recém licenciado, entrou para lá com 28 anos e a receber, desde logo, 6600 euros mensais.
Freitas do Amaral foi consultor da empresa, entre 2003 e 2005, por 6350 euros/mês, além de gabinete e seguro de vida no valor de 70 meses de ordenado.
Manuel Queiró, do PP, era administrador da área de imobiliário, 8.000 euros/mês.
A contratação de um administrador espanhol passou por ser-lhe oferecido 15 anos de antiguidade (é o que receberá na hora da saída). Pagamento da casa e do colégio dos filhos, entre outras regalias.
Guido Albuquerque, cunhado de Morais Sarmento, foi sacado da ESSO para a GALP.
Custo: 17 anos de antiguidade, ordenado de 17.400 euros e seguro de vida igual a 70 meses de ordenado.
Ferreira do Amaral, presidente do Conselho de Administração um cargo não executivo, era remunerado de forma simbólica: três mil euros por mês, pelas presenças.
Mas, pouco depois da nomeação, passou a receber PPRs no valor de 10.000 euros, o que dá um ordenado "simbólico" de 13.000 euros...
Outros exemplos avulsos:
Um engenheiro agrónomo que foi trabalhar para a a área financeira a 10.000 euros por mês; a especialista em Finanças que foi para Marketing por 9.800 euros/mês...
Neste momento, o presidente da Comissão executiva ganha 30.000 euros e os vogais 17.500.
Com os novos aumentos, Murteira Nabo passa de 15.000 para 20.000 euros mensais.
Esta dupla, encarregada de "assaltar" o contribuinte português de cada vez que se dirige a uma bomba de gasolina, funciona porque metade do preço de um litro de combustível vai para a empresa e, a outra metade, para o Governo”"
fogo! estas coisas é que deviam ser escarrapachadas a cartaz nas ruas ":O)))
ResponderEliminarVocês tiraram o dia para me desmoralizar ainda mais. Os comentários estão a ficar melhores que o postal. :O(
ResponderEliminarMas ninguém responde à pergunta específica: é possível passar duma oligarquia dos piores a uma oligarquia dos melhores?
Olha:
ResponderEliminarEstou a ver e ouvir com atenção o Prós & Contras, que me parece um dos melhores dos últimos tempos.
O Miguel Beleza não se leva a sério e diz as coisas mais sérias.
O comentador Aguiar que desde há muito escreve e aconselha presidentes, diz umas coisitas.
O Salgado Matos tem interesse nos tiques e manias e nas ideias debita o que é preciso.
O Proença de Carvalho é um palerma. COm a mania que não é.
Há também uma menina politóloga chamada Marina Lobo.
O comentador Luís Osório, da assistência lançou um piropo, dizendo que era uma moça bonita.
O Beleza secundou-o.
A tipa, que de útil só disse o que a carinha conseguiu exprimir e que foi a expressão agradável do rosto de mulher jovem supostamente inteligente, amofinou-se.
Disse que é difícil participar assim em debates em que os homens podem comentar a beleza das mulheres e estas ficam sem hipóteses de passar opiniões...
Ora bem: é mesmo assim, no caso da Marina.
Quanto à oligarquia dos melhores, só mesmo correr a chicote ( zorrague) tipos como o Proença...
Até lá teremos Dias loureiros que cheguem e sobrem para nos afundar enquanto os gajos nadam em dinheiro.
Ah! Esqueci-me de mencionar outro assistento no programa: um tal Sérgio Figueiredo, jornalista de jornais de economia...
ResponderEliminarNo outro dia vi-o a entrevistar um João PEreia COutinho que vende carros alemães e ganhou fortunas com isso ( e que foram pagas com dinheiro que os alemães mandaram para cá, por causa dos fundos estruturais) para agora pensar em televisões digitais terrestres. FOi um regalo, ó Dragão!
A sabujice; a rasquice na denguice.
Um nojo. Um perfeito nojo.
Nem vi até ao fim.
É disto que temos?!!
Este esclarecimento politico já fazia falta aqui neste estaminé.
ResponderEliminarO nosso querido F. Pessoa, claro está, dormia com Platão, acordava com Aristóteles e tomava café por essa Lisboa...
Por isso sabia que - Não, estimado Dragão, a merda só serve para estrume ou combustivel!
Legionário
"é possível passar duma oligarquia dos piores a uma oligarquia dos melhores?"
ResponderEliminarBasta colocar a escala dos valores ao contrario. :)
Também vi, quase por acaso, o tal programa. A certa altura o Miguel beleza saiu-se com esta: Na História de Portugal, só por duas vezes as contas públicas estiveram equilibradas: com D. João II e com Salazar.
ResponderEliminarEstranha coincidência... E que decerto modo nos transporta ao outro sistema preconizado por Pessoa: "Monarquia absoluta". Ou "monarquia", simplesmente, pois "monarquia absoluta" é uma redundância, tanto quanto "monarquia constitucional" um oximoro.
Ora essa foi das mais prestimosas informações que passou no programa.
ResponderEliminarNão consigo rebater a afirmação, por ignorância do assunto.
Mas ouvi de facto o gajo a dizer que tinham sido o D. João II e o Salazar os únicos que combateram eficazmente o descalabro das contas públicas que existia no tempo deles.
E ainda disse mais: que o Salazar o conseguiu à custa da redução a um estado de quase medicidade dos funcionalismo público.
Esta da mendicidade, não disse, e sou eu que digo, mas disse o equivalente e por este caminho vê-se bem por onde anda o Sócrates.
O pior é se tem razão.
Lá vamos ter de voltar ao tempo prè-abriliano em que não havia semana inglesa; não havia assistência social garantida a quem nunca descontou um chavo para a previdência; não havia reformas por inteiro e por junto, logo aos 50 anos, como há para alguns; não havia carros de luxo nos ministérios, direcções gerias, de serviços e de institutos públicos; não havia empresas públicas rentáveis para sugar os proventos e colocar amigos e nepotes; não havia subsídios a fundo perdido para estourar em luxos de roupas, casas, carros, correrias e sanfonas; não havia 13ª mês nem muito menos 14ª e por aí fora...
Estamos fodidos com esta cambada.
Não haverá meios de os enxamear com abelhas mestras ou com uma praga de percevejos lá nos refúgios deles, para perceberemn a imundície onde chafurdam?
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ResponderEliminarBest wishes.
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