Decorre no Porto, segundo escutei nas tele-notícias (e podeis confirmar aqui), uma exposição comemorativa da boneca Barbie.
Num ápice, fulminado por um ímpeto clarividente, ocorreram-me uma catrefa de nano-micro-pintelho-causas sublimes, cada qual mais urgente que a anterior...
Em primeiro lugar, na minha qualidade de secretério-geral da LDCPN (Liga para a Defesa e Conservação da Pintelheira Nacional), vou escrever desde já, em chocada reclamação, aos autores/mentores/e fabricantes da boneca, ou seja, à Mattel, contra o facto da dita cuja vir desprovida de pelos púbicos, vulgo pintelhos, o que induz em erro e gera um péssimo paradigma na tenra mioleira das crianças. Com tais exemplos nefastos, não admira que mais tarde se escalvem e descabelem onde menos devem. Esta, como devem calcular, é uma questão transcendente, de importância capital. Daquelas que pode gerar uma indignação capaz de culminar em atentados bombistas. Fiquem atentos: Um abaixo signatado circulará em breve. Escusam de lê-lo (até porque o vosso entendimento da palavra escrita é muito precário); basta assinarem e vociferarem nas ruas, quando for superiormente determinado (entenda-se: quando eu disser).
Em segundo lugar, passo a expor a catrefa de nano-micro-pintelho causas propriamente ditas.
Todas elas, registem desde já, orbitam à volta dum conceito fulcral: a adequação da Barbie ao nosso eco-sistema, ou dito por outras palavras, uma Barbie para os portugueses. Uma Barbie que nos espelhe, e não uma que nos aculture e colonize. Vá comer Mcdonnald’s para a puta que a pariu!
Note-se que quando eu digo portugueses refiro-me, como devem calcular, àqueles múltiplos infelizes sem meios de fortuna ou prebendas de tribo ou seita, que lhes permitam ser outra coisa qualquer. Aqueles que, proscritos das gordurosas elites e respectiva macacada satélite, se encontram destituídos da possibilidades de adopção, por mimetismo, de outra nacionalidade ou cultura e flanar ao alto em conformidade, pilotando ora múltiplos tachos, ora fantásticos jobs, ora resmas de sabujos acólitos e plateias de acéfalos babosos. Para estes está muito bem a Barbie com Ferrari, a Barbie Bond-Girl e outras opulências que tais. Mas para aquel’outros que refiro, os tais portugueses sem escapatória, que estão mesmo condenados a ser portugueses, 24 horas por dia, trinta dias por mês e 12 meses por ano, repito, sem fantasias, sem carnavais, sem devaneios nem partido, não existe puta de Barbie nenhuma e isso, além de trágico, é inadmissível. Num tempo em que hordas de coca-bichinhos exaltados espiolham a eito à cata de discriminações hediondas, eis aqui uma colossal, daquelas dignas de registo e merecedoras, senão dum Laiv Aid 9, pelo menos duma marcha decidida a pôr cerco ao parlamento. Nem quero imaginar quando os U2 souberem disto.
Porque, embora não pareça e a sua transparência proverbial dificulte as coisas, esta gente também é gente. Os portugueses, por incrível que pareça, existem carnalmente; não são apenas dígitos estatísticos. Cada vez menos, é certo, também têm filhos e estas crianças precisam de crescer com modelos que os preparem e instruam no seu futuro; carecem, como de pão para a boca, de moldes-guias para a sua imaginação, cenários que, ao mesmo tempo, as predisponham e conformem com os seus horizontes existenciais. Há cuidados paliativos mínimos a ter com certas doenças crónicas, dolorosas e incuráveis... São crianças que nascem já de pernas partidas, ou atrofiadas, e que, durante toda a sua vida vão ser atropeladas e violadas por profissão e princípio. Num mundo inóspito, cínico e grotesco, que se entretém a decorar com elas cadeiras de rodas mentais, um resquício de caridade, pelo menos durante os breves anos da infância, não fica mal a ninguém. Um pequeno simulacro que seja, que diabo!... A forma como estes tetraplégicos sociais reptam desde o berço até à sepultura, apanhando traulitada e escarro gorduroso pelo meio, devia merecer-nos alguma atenção, para além daquela que geralmente usamos e que consiste em, sempre que possível, acertarmo-lhes a cabeça.
Há crueldades e requintes de malvadez que são absolutamente desnecessários. Pior mesmo do que aquilo para que os reservamos na idade adulta e pela vida fora, é o deboche de infestá-los de ilusões e fantasias parvas nos verdes anos. A sucessão de choques e desilusões, de abismos e desesperos para que isso os prepara e adestra não tem classificação e só releva dum sadismo nojento, volutábrico, digno de hienas canibais.
Por isso, enquanto os portugueses não deixam de procriar de vez, poupando assim a sua descendência a agruras e tribulações horripilantes, o mínimo de atenção que o Mercado lhes deve, já que mais ninguém se preocupa, é disponibilizar-lhes brinquedos para os filhos que ajudem a conformá-los e não a deformá-los mais do que aquilo que já nascem. Que, em vez de os iludirem com asas que nunca terão e jamais lhes germinarão miraculosamente dos costados, os mentalizem para a paulada inexorável nos mesmos, bem como para as muletas e cadeiras de rodas que o futuro lhes reserva com generosidade imarcescível.
Em resumo: Queremos uma Barbie para as crianças portuguesas. Uma Barbie que respeite a sua cultura, as suas idiossincrasias e, sobretudo, que as conforme com o seu futuro, servindo como lenitivo antecipado à sua vida adulta (omito qui, por caridade, o adjectivo “desgraçada”). Lenitivo, aperitivo e incentivo, claro está.
Esta é a nano-micro-pintelho-causa para que vos convoco e cujo manifesto seguirá de imediato para a Mattel.
Resumir-se-á a exigir, sem mais delongas nem turpilóquios, o fabrico e distribuição no nosso país dos seguintes modelos da lendária boneca:
1. A Barbie Desempregada
2. A Barbie Operadora de telemarketing
3. A Barbie Acompanhante
4. A Barbie Massagista
5. A Barbie Sem-Abrigo
6. A Barbie toxicodependente
7. A Barbie Figurante
As Barbies e os respectivos Kens, bem entendido. Ah, e com pintelhos, nunca esquecendo. A Barbie! O Ken, esse, pode continuar a vir capado. É um pormenor de grande realismo e uma lição indispensável ao futuro dos nossos pequenotes.
Tenho dito.
Num ápice, fulminado por um ímpeto clarividente, ocorreram-me uma catrefa de nano-micro-pintelho-causas sublimes, cada qual mais urgente que a anterior...
Em primeiro lugar, na minha qualidade de secretério-geral da LDCPN (Liga para a Defesa e Conservação da Pintelheira Nacional), vou escrever desde já, em chocada reclamação, aos autores/mentores/e fabricantes da boneca, ou seja, à Mattel, contra o facto da dita cuja vir desprovida de pelos púbicos, vulgo pintelhos, o que induz em erro e gera um péssimo paradigma na tenra mioleira das crianças. Com tais exemplos nefastos, não admira que mais tarde se escalvem e descabelem onde menos devem. Esta, como devem calcular, é uma questão transcendente, de importância capital. Daquelas que pode gerar uma indignação capaz de culminar em atentados bombistas. Fiquem atentos: Um abaixo signatado circulará em breve. Escusam de lê-lo (até porque o vosso entendimento da palavra escrita é muito precário); basta assinarem e vociferarem nas ruas, quando for superiormente determinado (entenda-se: quando eu disser).
Em segundo lugar, passo a expor a catrefa de nano-micro-pintelho causas propriamente ditas.
Todas elas, registem desde já, orbitam à volta dum conceito fulcral: a adequação da Barbie ao nosso eco-sistema, ou dito por outras palavras, uma Barbie para os portugueses. Uma Barbie que nos espelhe, e não uma que nos aculture e colonize. Vá comer Mcdonnald’s para a puta que a pariu!
Note-se que quando eu digo portugueses refiro-me, como devem calcular, àqueles múltiplos infelizes sem meios de fortuna ou prebendas de tribo ou seita, que lhes permitam ser outra coisa qualquer. Aqueles que, proscritos das gordurosas elites e respectiva macacada satélite, se encontram destituídos da possibilidades de adopção, por mimetismo, de outra nacionalidade ou cultura e flanar ao alto em conformidade, pilotando ora múltiplos tachos, ora fantásticos jobs, ora resmas de sabujos acólitos e plateias de acéfalos babosos. Para estes está muito bem a Barbie com Ferrari, a Barbie Bond-Girl e outras opulências que tais. Mas para aquel’outros que refiro, os tais portugueses sem escapatória, que estão mesmo condenados a ser portugueses, 24 horas por dia, trinta dias por mês e 12 meses por ano, repito, sem fantasias, sem carnavais, sem devaneios nem partido, não existe puta de Barbie nenhuma e isso, além de trágico, é inadmissível. Num tempo em que hordas de coca-bichinhos exaltados espiolham a eito à cata de discriminações hediondas, eis aqui uma colossal, daquelas dignas de registo e merecedoras, senão dum Laiv Aid 9, pelo menos duma marcha decidida a pôr cerco ao parlamento. Nem quero imaginar quando os U2 souberem disto.
Porque, embora não pareça e a sua transparência proverbial dificulte as coisas, esta gente também é gente. Os portugueses, por incrível que pareça, existem carnalmente; não são apenas dígitos estatísticos. Cada vez menos, é certo, também têm filhos e estas crianças precisam de crescer com modelos que os preparem e instruam no seu futuro; carecem, como de pão para a boca, de moldes-guias para a sua imaginação, cenários que, ao mesmo tempo, as predisponham e conformem com os seus horizontes existenciais. Há cuidados paliativos mínimos a ter com certas doenças crónicas, dolorosas e incuráveis... São crianças que nascem já de pernas partidas, ou atrofiadas, e que, durante toda a sua vida vão ser atropeladas e violadas por profissão e princípio. Num mundo inóspito, cínico e grotesco, que se entretém a decorar com elas cadeiras de rodas mentais, um resquício de caridade, pelo menos durante os breves anos da infância, não fica mal a ninguém. Um pequeno simulacro que seja, que diabo!... A forma como estes tetraplégicos sociais reptam desde o berço até à sepultura, apanhando traulitada e escarro gorduroso pelo meio, devia merecer-nos alguma atenção, para além daquela que geralmente usamos e que consiste em, sempre que possível, acertarmo-lhes a cabeça.
Há crueldades e requintes de malvadez que são absolutamente desnecessários. Pior mesmo do que aquilo para que os reservamos na idade adulta e pela vida fora, é o deboche de infestá-los de ilusões e fantasias parvas nos verdes anos. A sucessão de choques e desilusões, de abismos e desesperos para que isso os prepara e adestra não tem classificação e só releva dum sadismo nojento, volutábrico, digno de hienas canibais.
Por isso, enquanto os portugueses não deixam de procriar de vez, poupando assim a sua descendência a agruras e tribulações horripilantes, o mínimo de atenção que o Mercado lhes deve, já que mais ninguém se preocupa, é disponibilizar-lhes brinquedos para os filhos que ajudem a conformá-los e não a deformá-los mais do que aquilo que já nascem. Que, em vez de os iludirem com asas que nunca terão e jamais lhes germinarão miraculosamente dos costados, os mentalizem para a paulada inexorável nos mesmos, bem como para as muletas e cadeiras de rodas que o futuro lhes reserva com generosidade imarcescível.
Em resumo: Queremos uma Barbie para as crianças portuguesas. Uma Barbie que respeite a sua cultura, as suas idiossincrasias e, sobretudo, que as conforme com o seu futuro, servindo como lenitivo antecipado à sua vida adulta (omito qui, por caridade, o adjectivo “desgraçada”). Lenitivo, aperitivo e incentivo, claro está.
Esta é a nano-micro-pintelho-causa para que vos convoco e cujo manifesto seguirá de imediato para a Mattel.
Resumir-se-á a exigir, sem mais delongas nem turpilóquios, o fabrico e distribuição no nosso país dos seguintes modelos da lendária boneca:
1. A Barbie Desempregada
2. A Barbie Operadora de telemarketing
3. A Barbie Acompanhante
4. A Barbie Massagista
5. A Barbie Sem-Abrigo
6. A Barbie toxicodependente
7. A Barbie Figurante
As Barbies e os respectivos Kens, bem entendido. Ah, e com pintelhos, nunca esquecendo. A Barbie! O Ken, esse, pode continuar a vir capado. É um pormenor de grande realismo e uma lição indispensável ao futuro dos nossos pequenotes.
Tenho dito.
Meu caro:
ResponderEliminarSe pensas que a Barbie é um dos expoentes da palermice americana, convido-te a uma visita breve ( o mais possível...) a Este local e verificares in loco que os árabes( os ricos dos países do golfo e os dos satélites que os querem imitar) também podem ser igualmente avançados...
Once upon a time, a woman enters a kidstore to buy a Barbie doll to her daughter. The atendant promptly hand her a Barbie. The woman looked at it and tried to bargain a Ken with it. She asked: "Excuse me. Doesn't Barbie come with Ken ? I was told so..."
ResponderEliminarThe atendant replied: "Well, she actually fucks with Ken, but she cames only with Action Man."