quarta-feira, abril 20, 2005
E agora para algo completamente diferente...
Enquanto o descalabro não se instala (a piorar o caos), eu aproveito para cumprir o prometido. A pedido desta estimada senhora e deste insigne cavalheiro, eu, Dragão, uma vez sem exemplo, vou responder a uma praga chamada "chain letter". Como geralmente sou do contra, e porque se trata duma coisa muito pouco séria, eu, para vosso espanto, vou responder com integral seriedade. Aproveitem. É um fenómeno muito raro.
1 - Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
R.- O "Prometeu Agrilhoado", de Ésquilo
2 - Já alguma vez ficaste apanhado por um personagem de ficção?
R. - Convertamos o "apanhado" em "influenciado". Eis a lista:
- Ulisses (de Homero, o original; não confundir com a merda do Joyce)
- Toby Shandy e o Cabo Trim (de Sterne)
- D. Quixote (de Cervantes)
- Panúrgio (de Rabelais)
- Capitão Cap (de Alphonse Allais)
- Sapo-no-Buraco, ( de Quincey)
- Senhor Ubu ( de Jarry)
- O Major (de Boris Vian)
- Eu próprio (sou um personagem de ficção, ou ainda não tinham reparado?...)
3 - Qual foi o último livro que compraste?
R.- Sou um bibliomano desenfreado. Quer dizer que nunca compro apenas um livro. No último Natal, por exemplo, saí com o dinheiro para comprar prendas para toda a família e amigos, sob instruções rigorosas da senhora Dragão e, depois, gastei alegremente o dia a vasculhar alfarrabistas e a torrar a bela maquia em livralhada. Refugiei-me, entretanto, numa pensão providencial que há ali para os lados da Graça. Quanto à questão, se bem me lembro, a última catrefada que angariei (se vos dissesse onde, não acreditariéis), incluia:
* "Cozinha Arqueológica", do Eça de Queiroz
* "Novos Cadernos do Major Thompson", do Pierre Daninos
* "Barba-Azul", do Kurt Vonnegut (e não vos maço mais)
4 - Qual o último que leste?
R.- "Zazie no metro" (ou "Zazie dans le metro", para não ferir susceptibilidades), de Queneau (comprei-o na feira da ladra, por 1€) .
5 - Que livros estás a ler?
1. "Os assassinos, uma seita islâmica radical", de Bernard Lewis (estou a acabar); "Novos Cátaros para Montségur", de Saint Loup (vou no princípio).
6 - Que 5 livros levarias para uma ilha deserta?
R: 1. "Odisseia", de Homero
2. "As Viagens de Guliver", de Swift
3. "De Profundis", de Thomas de Quincey
4. "Assim Falava Zaratustra", de Nietzshe (um homem experiente no assunto, pois, como sabemos, viveu toda a sua vida numa ilha quase deserta)
5. Um bom livro de culinária, especializado em grelhados (ou então qualquer manual de economia neoliberal, caso tivesso que me entregar ao canibalismo)
PS: Levaria mais livros. Uma ilha deserta, como este mundo, são insuportáveis sem uma boa biblioteca.
7 - A que 3 pessoas vais passar este testemunho?
R: Só para os chatear e porque não gosto de ser parvo sozinho: ao Dodo, ao R e ao BOS (são tipos com fino sentido de humor que, ao contrário de mim, serão capazes de dar umas respostas com piada. E também por curiosidade minha). A título particular, também à minha amiga Zazie, que fará o favor de responder na caixa de comentários, senão vou lá a casa e escaqueiro-lhe a máquina de lavar e o secador de cabelo (esta, com as mulheres, é infalível...)
Alamute -editora Ulisseia -sobre a Seita dos "assassinos"! ****
ResponderEliminarLegionário
;-)
ResponderEliminarBem aladas, as respostas!
ahaha que delícia! e por pouco que não passei por outra coisa barata ":O))))
ResponderEliminarmas "tás" tramado porque eu já tinha respondido de rompante no Timshel.
ResponderEliminarE depois tinhas azar com secador que é coisa totalmente dispensável para quem trata do assunto com tosquiador canino ":O)))
Humm...Mas há sempre a colecção de DVDs e o respectivo sistema reprodutor (vou-lhe escavacar os testículos!...)
ResponderEliminarConfessa: por esta não estavas à espera. :O))
Chefinho, vossemecê não se "astreva". Eu cá sou discípulo do Rezinga, esse genial, grande, enorme anaozinho. Não respondo, não ponho os cotos sequer em algo que tenha erros de Português, como é, chuif-chuif, o caso desse tal "inquérito".
ResponderEliminarAliás, esse tipo de coisas cheira, tresanda, àqueles inqueritozinhos idiotas que se faziam nos meus tempos de Liceu. Não sei hoje, como desconhecia então, em que fábrica obscura se produzem tais peganhentamente bocejantes coisas.
Pede-se encarecidamente, ao blogbairro em geral e ao amigo Dragão em particular, que não insultem a minha petulância.
Obrigado pela lembrança, contudo, e saudinha.
Vá lá, eu já corrigi o "compras-te". :O))
ResponderEliminar(Mas, aqui entre nós, está o amigo coberto de razão...)
ahahaha, confesso que já tinha pensado que me pudesses encontrar na feira-da-ladra eheheh juro, remember "New Orleans" de bairro operário ";O))
ResponderEliminarTá bem, então digo os livros que não disse no Tim:
Crime e Castigo de Dostoievski (é preciso ter cometido um grande crime para nos mandarem para uma ilha habitada, quanto mais só com papagaio)
A Viagem ao fim da noite do Céline;
as obras completas do Philip Larkin;
idem do TS. Eliot
posso ficar tranquila quanto á máquina de lavar roupa?
eheheh
Mas que raio de coisa, ó Dragão! Então não se está mesmo a ver que um pobre rato - que nunca disse ser de biblioteca - é avesso a este tipo de cadeias? (como as odeio – são coisas!) Ainda por cima, obrigado a fazer um penoso exercício de memória que, como toda a gente sabe, é atributo de outros seres, de água e de terra, mas muito maiores, muito "melhores". Não, não faço. Não, não cedo, nem por si. Contudo, não o deixo totalmente de "mãos a abanar": duas das suas escolhas também eu levaria para a tal ilha que quiseram inventar: Odisseia e Assim falava Zaratustra. E alguns outros (nunca só cinco). Olhe, Camilo e Eça, por exemplo, para decidir de uma vez por todas de qual dos dois gosto mais... E depois, sei lá: Baudelaire, Flaubert, Pirandello, Faulkner... Lembro-me destes, assim de chofre, como poderia lembrar-me de outros, que estas coisas das leituras nunca são demais, é impossível conhecer tudo (que pena, que pena!), e há fases para tudo...
ResponderEliminarE remato como o Dodo: obrigado pela lembrança, amigo Dragão. Um abraço.
Resumindo, fiz figura de parvo sozinho. Era o que eu temia...:O(
ResponderEliminarOra essa! Desde quando você faz figura de parvo? E fique descansado: estamos (pelo menos eu estou), sempre, consigo. :o)
ResponderEliminarNão fez figura de parvo sozinho, não senhor, que eu já respondi à porcaria do questionário no meu blogue.
ResponderEliminareu farto-me de rir com esta treta. É um autêntico presente envenenado. Toda a gente fica lixada mas lá responde por delicadeza e passa a outro pelo memso motivo e ficam todos as rosnar pelas costas ":O)))
ResponderEliminarParece-me que o primeiro desgraçado foi o Timshel ehehhe
Putz (expressão idiomática brasileira, intraduzível). Ninguém faz figura de parvo sozinho. Digo mais: toda a gente faz figura de parvo acompanhado, apenas e se. Homem, deixe lá isso. Eu também já vi a Quinta das Celeridades e li, entre outros, A.L.A. e João Aguiar, e já ouvi Clemente, Marco Paulo e Mónica Sintra, e já fui a exposições de pintura naif (com trema), e gosto de futebol, e do Benfica, ainda por cima, trago bitoques, etc. Uma desgraça.
ResponderEliminarCada qual com a sua cruz. Não é grave.