«Benvindos ao Blog do Dragão!Era para se chamar "Lança-Chamas", título muito mais apropriado ao meu feitio, mas estas porcarias anglófonas (raios as partam!) não aceitam pacificamente o "Ç" (o cê cedilhado, pois), pelo que tive que me contentar com esta arma mais discreta, mas não menos letal, felizmente. Nos tempos que correm, um dragão não pode vir prá rua armado só com as garras que Deus e a Natureza lhe deram, sob pena de acabar maltratado por algum energúmeno ou malta brava.Por conseguinte, instalem-se, ponham-se a jeito, que eu já vos trato da saúde!...E se os lenhadores gritam "madeira!", eu, em contrapartida, grito "lume!"...Depois não digam que eu não avisei!...»
- Dragoscópio, 18 de Dezembro de 2003, 1ºPostal.
Há doze meses atrás, num dia 18 aziago para toda a blogosfera, era assim que um certo energúmeno rompia as hostilidades. Desde então, a criatura não melhorou. Pelo contrário, foi de mal a pior. Actualmente, anda péssimo. Àquilo que disse há um ano atrás, em compensação, só alteraria um pequeno detalhe: em vez de "lança-chamas", chamar-lhe-ia "à queima-roupa".
Porque, de facto, é assim que eu escrevo e é assim que este blogue se quer.
À QUEIMA-ROUPA!
Parabéns e boas chamas.
ResponderEliminar;)
A
Parabéns!
ResponderEliminarUm abraço do Petronius!
ora então muitos parabéns que não podias ter tido melhor ideia quando te lembraste de lançar essas labaredas iconoclastas para a blogosfera ":O)
ResponderEliminarOlá, Dragão!
ResponderEliminarGosto sinceramente de o ler, pois este é "O Blog" por excelência: português bem escrito, estilo dinâmico, humor corrosivo, comme il faut, simpatia sem excessos. Melhor do que tudo, não é nenhum "ass kisser" (em bom português, "lambe-botas" ou "graxa")! Espero que venda a alma ao diabo (gostamos de si assim mauzinho!), mas não no sentido tradicional da expressão: seja só um tórrido Doutor Fausto, com chaminhas e chispinhas, mas não seja politicamente correcto (antes a lepra, digo eu!). Há por aí muito má gentinha a lamber as botas da cortesã que tão bem inclui na sua lista de "blogs de bosta" (eh pá, que pontaria!). Contudo, um ano e meio nesta choldra dos blogs diz-me que muitos começaram por insultar a criatura e agora andam aos pulinhos em volta, possa ela ajudar com cunhazinha lá na Oficina... (raio de vendidos, chusma de ineptos, filhos de uma perra desdentada, pá, detesto graxas, essa imunda sub-espécie humana que persiste em colar-se às solas do país, qual lama putrefacta e verdadeiras areias na engrenagem que o país poderia muito bem ver funcionar, c'um raio que os parta a todos mas com muita força, carago!!!).
Também passei cá para dar conhecimento do meu mau feitio (já consegui afastar quase todos os leitores e linkadores!) e dizer a vossa mercê que continuarei a ler, mas retiro o linkezito que fiz aqui a esta casa, porque mulher que é Mulher mantém a sua palavra: no links, no lists! Uma descendente de Inês Negra, de sangue céltico e além disso cigano (isto sempre assusta alguns patos-bravos!), não nega a raça e mantém a coluna vertebral de pé, como as árvores (Palmira Bastos dixit) e assim há-de morrer, só e sem links, mas sem abandonos de navio!!! Pode então o caríssimo retirar o link que fez ao meu singelo farol (a ver se eu me ralo, humpf!).
Bons textos, continue a dar-lhes cossório psicológico (sempre é melhor que chicotada!), porrada para cima daqueles lombos de Quasimodos e afins aleijões (a)morais!
Long last this (anda the other 2 blue ones!) dragon!
1 abraço pleno de maresia que não apague essas chamas de ignóbil monstrinho! Salvé!
Inês Alva.
P.S. Famous last comment of mine (it ain't worth it, commenting, in the land of "sociedades de elogio mútuo", beurgh...)
Seja Dragão, Lança-Chamas ou À Queima-Roupa — preciso é que o fogo deste blogue se não extinga. Um ano inteirinho de atrocidades...! Que Deus lhe perdoe. E só mesmo Deus, parece, pode perdoar-lhe — que os leitores, esses, batem as palmas estrepitosamente.
ResponderEliminarParabéns ao Dragão, copiei o A.Gedeão, que me ensinou a crescer: e para não destoar um anglicismo próprio da quadra: XMAS!
ResponderEliminarPoema de - A. Gedeão
Dia de Natal
Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros. coitadinhos. nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.
Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.
De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.
Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.
Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.
A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra. louvado seja o Senhor!. o que nunca tinha pensado comprado.
Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.
Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.
Ah!!!!!!!!!!
Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.
Jesus
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.
Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.
Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.
Parabéns!
ResponderEliminarNão querendo pôr-me a jeito de com as suas labaredas levar, permito-me a pegar na sua frase e adulterá-la para a minha óptica de "rato": "Há doze meses atrás, num dia 18 (bendito) para toda a blogosfera, era assim que um certo ("bom" Dragão) rompia as hostilidades. Desde então" muito escreveu, e eu, pobre coitado, só há pouco tempo descobri o bom “covil”, mas, colando-me à sábia voz do povo, lhe digo: mais vale tarde do que nunca aqui ter chegado.
ResponderEliminarParabéns e Bem-haja, senhor Dragão.