terça-feira, junho 22, 2004
Os Verdadeiros Americanos
Compete-me deixar aqui lavrada uma correcção a uma imprecisão minha. Na verdade, há uns Americanos que eu admiro. Os verdadeiros!
E esses até possuíam uma cultura das mais avançadas que a nossa espécie alguma vez conheceu. Não tinham cinemas, nem bibliotecas, nem orquestras sinfónicas, mas tinham amor à vida, à terra e, sobretudo, à sua verticalidade.
Até que um dia tiveram o desprazer de conhecer a pior escumalha ao cimo da terra.
No próximo dia 25 deste mês, este blogue vai comemorar os 128 anos sobre a batalha de Litle Big Horn, quando os Sioux, Cheyenne e Arapahoo, exterminaram o 7º da cavalaria, do grande herói Custer, especialista em genocídios sobre aldeias indefesas. Naquela tarde enganou-se. Estavam lá os homens, os bravos. Não eram só mulheres, velhos e crianças.
Porque a História não acabou. E porque a História deve ser também memória.
looooooooooooooollll tu és um castiço ewhehehe comemorar Litle Big Horn looooooooollll esta não lembrava ao Diabo ":O)))
ResponderEliminartoda a malta a pensar que isto era coisa de comuna primário e à espera de uma comemoração ao Louçã e sai-me Cavalo Louco ":O))))
ROTFL ":o))))) espero que me deixes bem viúva, já agora eheheheh
ResponderEliminarmas que coisa mais doidinha. Os gajos eram giros mas eram uns selvagens ehehe ":O)))
Ó Zazie, mesmo que fossem selvagens ( e tomáramos nós metade daquela selvajaria) tu sabes que eu prefiria sempre selvagens autênticos a falsos civilizados. :0))
ResponderEliminarE tem outra coisa: O Custer era Gay.
até que tens um niquito de razão. E depois também tinham muito mais gosto no vestuário...
ResponderEliminarjá a cena dos escalpes não sei não... em miúda odiava ir à cabeleireira e um dia sonhei que os Soiux tinham invadido o meu bairro e o primeiro escalpe foi o dela ":O)))
quanto ao Custer sempre suspeitei.. aquelas p**********s todas com o bigodinho... ":O?
ResponderEliminarsempre me dividi a esse respeito. Usava cocar com penas e punhal e colt 45 à cinta... e não me lembro de perder um combate por via destes ecletismos ":OP
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ResponderEliminarEstou pr'aqui a interrogar-me que raio de verbo queria eu enunciar com aquele termo acolá em cima -"prefiria"...
ResponderEliminarPois, acho que era mesmo "preferiria". É, deve ser isso. :O(
pois olha que eu acho que foi um lapus muito a propósito eheheh que se isso não é coisa de brincadeira de puto eu não sou o picapau da arca ":O)))
ResponderEliminarQuando o Manuel, mentor do blog da Grande Loja me convidou para postar por lá e me pediu uma imagem iconográfica da personagem, escolhi Sitting Bull, o Touro Sentado que derrotou o 7º de Cavalaria e ganhou estatuto de lenda.
ResponderEliminarSitting BUll foi sempre um guerreiro e mesmo no fim da vida, adaptou-se às mudanças e conciliou com os vencedores, numa atitude mais próxima da filosofia oriental do que dos mitos de bravura estúpida que costumam colar nos livros de história de algibeira.
"On July 19, 1881, he had his young son hand his rifle to the commanding officer of Fort Buford in Montana, explaining that in this way he hoped to teach the boy "that he has become a friend of the Americans." Yet at the same time, Sitting Bull said, "I wish it to be remembered that I was the last man of my tribe to surrender my rifle." He asked for the right to cross back and forth into Canada whenever he wished, and for a reservation of his own on the Little Missouri River near the Black Hills. Instead he was sent to Standing Rock Reservation, and when his reception there raised fears that he might inspire a fresh uprising, sent further down the Missouri River to Fort Randall, where he and his followers were held for nearly two years as prisoners of war.
Finally, on May 10, 1883, Sitting Bull rejoined his tribe at Standing Rock. The Indian agent in charge of the reservation, James McLaughlin, was determined to deny the great chief any special privileges, even forcing him to work in the fields, hoe in hand. But Sitting Bull still knew his own authority, and when a delegation of U.S. Senators came to discuss opening part of the reservation to white settlers, he spoke forcefully, though futilely, against their plan.
In 1885 Sitting Bull was allowed to leave the reservation to join Buffalo Bill's Wild West, earning $50 a week for riding once around the arena, in addition to whatever he could charge for his autograph and picture. He stayed with the show only four months, unable to tolerate white society any longer, though in that time he did manage to shake hands with President Grover Cleveland, which he took as evidence that he was still regarded as a great chief.
Returning to Standing Rock, Sitting Bull lived in a cabin on the Grand River, near where he had been born. He refused to give up his old ways as the reservation's rules required, still living with two wives and rejecting Christianity, though he sent his children to a nearby Christian school in the belief that the next generation of Lakota would need to be able to read and write."
E repara nisto que já apareceu num filme, salvo erro protagonizado por Paul Newman, celebrando a figura de Buffalo Bill:
ResponderEliminarO Touro Sentado, depois das batalhas todas que travou contra os colonos exploradores do wild west, aderiu ao espectáculo tipicamente americano de se passear numa arena de circo, juntamente com o velho explorador Buffalo Bill, mostrando-se aos espectadores como atracção turística, a troco de 50 dólares.
Mas americano que isto...
Apesar disso, no fim da vida, ainda não tinha desistido dos seus princípios e valores:
ResponderEliminar"In the fall of 1890, a Miniconjou Lakota named Kicking Bear came to Sitting Bull with news of the Ghost Dance, a ceremony that promised to rid the land of white people and restore the Indians' way of life. Lakota had already adopted the ceremony at the Pine Ridge and Rosebud Reservations, and Indian agents there had already called for troops to bring the growing movement under control. At Standing Rock, the authorities feared that Sitting Bull, still revered as a spiritual leader, would join the Ghost Dancers as well, and they sent 43 Lakota policemen to bring him in. Before dawn on December 15, 1890, the policemen burst into Sitting Bull's cabin and dragged him outside, where his followers were gathering to protect him. In the gunfight that followed, one of the Lakota policemen put a bullet through Sitting Bull's head.
Sitting Bull was buried at Fort Yates in North Dakota, and in 1953 his remains were moved to Mobridge, South Dakota, where a granite shaft marks his grave. He was remembered among the Lakota not only as an inspirational leader and fearless warrior but as a loving father, a gifted singer, a man always affable and friendly toward others, whose deep religious faith gave him prophetic insight and lent special power to his prayers."
é verdadew josé. Bem que fiquei com pena de terem removido o big chefe...
ResponderEliminarO paul Newman fazia de Bufalo Bill no filme do Robert Altman. Um dos melhores sobre essa batalha pertence ao Siodmak e era o Robert Shaw que estava no papel do General Custer.
Quanto à conversão do Siting Bull é uma boa de uma americanice. Lembra-se daquele post que mandei para a Janela com um chefe índio na cidade das luzes?
Em miúda essa história fascinava-me. Sempre que ia a casa dos meus avós tinham de me mostrar a Ilustração com a foto do chefe índio ":O))
aqui está. o big chefe águia guerreira ";O)
ResponderEliminarhttp://www.janela-indiscreta.blogspot.com/2003_09_21_janela-indiscreta_archive.html#106431907159497603
Como eu disse: "A História ainda não acabou".
ResponderEliminarHá muitos fantasmas a dançar na América. E no Mundo.
Quanto ao Custer ser ou não gay:
ResponderEliminarConfesso que fiquei surpreendido, por um herói dos quadradinhos da minha infância, poder ser outra coisa que um straight fellow.
Escrevi "was custer gay?" no google e saiu-me para lá um site que só de ver a primeira página, arredou-me logo a vontade de continuar: fotos de gajos em pose que nem em mulheres aprecio.
No entanto, para o fim, tem uma lista na qual inclui tipos como o Jean Paul Sartre e ...Woddy Allen! C´mon!
Depois da surpresa em ler que o general"Monty" Montgomery , herói de El Alamein e de quem o meu pai me gabava o perfil, também pertenceria à confraria, fico a pensar que se calhar seria melhor deixar estas preferências peculiares para a intimidade lá dessa malta.
Além disso, o Custer era casado e o nome da mulher vem citado nas biografias, o que pelo menos pode querer significar que se calhar não sabia bem o que quereria.
pois era. E a Elizabeth é que escreveu as memórias do marido. Parece que era memso um pinga amor com ela que o acompanhou por todo o Oeste.
ResponderEliminarAgora o que me dá vontade de rir é estarmos para aqui a flar destas coisas a propósito de anti-americanismo ":O)))
aposto que mais ninguém se lembrava disto ehehehe
Agora é so Bush e Ben Laden... isto assim era muito mais engraçado ":O)))
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ResponderEliminarZazie:
ResponderEliminarQuanto ao Robert Altman, tenho andado à busca do DVD do filme Nashville, de 1975, com Keith Carradine e Shelley Duval entre outros. Um retrato da América, através do meio musical "country".
Há longos anos que não vejo o filme!
Vocês levam a sério tudo o que eu digo.
ResponderEliminarDifamei o gajo. Injuriei-o a título póstumo, que é o que um cabrão facínora daqueles merece. :O)
É como o Sherman ou o Sheridan ou outros répteis que tais.
Disse que o anormal era gay como podia ter dito que era nnecrófilo ou fetichista. Se era o não, não sei. Nem me interessa. Réptil era, de certeza. Pelo menos a nível cerebral.
Ugh!...
cabrão ou não; facínora ou menos que isso, o certo é que o tipo lutou, em guerras. Fê-lo na guerra civil e fê-lo contra os índios. Morreu em Little Big Horn, em luta contra o Touro Sentado e tinha pouco mais de trinta anos. O índio, durou mais vinte e cinco.
ResponderEliminarComparado com a clique que governa os americanos actuais, pode ver-se que nenhum deles pegou em armas e bagagens para enfrentar um qualquer inimigo com risco de levar um balázio. São guerreiros de secretária.
Há uma diferença. apesar de tudo.
Ó josé, os pitbull-terrier também lutam, e não vamos agora erigir-lhes estátuas, pois não?!...
ResponderEliminarDe resto, o contrário dum guerreiro é um soldado. Como o contrário dum homem, é um sabujo. E o contrário de Cavalo Louco era Custer. (Ou o contrário dum guerreiro espartano era um legionário romano).
Aquilo que descobriste agora, com o Bush, que não gostas na América, não caíu do céu, subitamente, aos trambolhões. As coisas levam o seu tempo, têm a sua génese. Quem vê caras não vê corações. Especialmente em se tratando de "caras pálidas".
Acho que a Europa devia ser consequente: se descolonizou África, devia também descolonizar a América. Ou há moralidade, ou comem todos. :o))
Há uma coisa que estas discussões tem de aproveitável: obrigam a reflectir, nem que seja brevemente, em certas verdades adquiridas, antes de postar comentários.
ResponderEliminarE o que se me oferece dizer, sobre a ética guerreira é que não existe, na sua essência. Um Custer e um TOuro Sentado, procuram o mesmo objectivo: eliminarem-se mutuamente, na respectiva agressividade. Os meios para tal é que diferem e fazem a diferença "ética". E também a COnvenção de Genebra se ajusta a esse objectivo de caldear tentações animalescas à solta.
Para uma maior eficácia, preservando uma ética, o Sun Tzu, antes deles, escreveu um tratado. Para tal, os estrategas greco-romanos, também o fizeram.
Os portugas de 1385 em Aljubarrota, com auxílio de alguns ingleses finórios e com quem então nos dávamos bem por causa de casamentos e trocas de dotes, inventaram uma nova táctica guerreira e derrotaram os castelhanos em maior número. Sem convenções, imagino o que nãi terá sido o trabalho da padeira...
Os actuais estrategas do Pentágono, herdeiros desses todos, deitaram a perder o Iraque por causa de erros tácticos e eventualmente estratégicos, nos quais se incluem o mandar às malvas as recomendações da convenção de Genebra. Segundo tudo indica, são uns perfeitos nabos, o Rumsfeld sendo aquele com mais rama a cair das orelhas.
O conceito de guerreiro ou de bravura não pode por isso mesmo ser uma ideia romântica ou diferenciada do essencial da guerra, quando por detrás desponta a morte, a tortura, a eliminação física, programada a preceito ou planeada no mapa.
As armas de destruição maciça, são por isso uma tentação e a sua delimitação e exclusividade um privilégio de quem as tem em maior número.
Se a Alemanha tem desenvolvido a V2 e o eng. Von Braun não tivesse fugido para a América e o eng. Robert Oppenheimer não tivesse inventado a bomba A e o físico Edward Teller não tivesses desenvolvido a outra a sguir, o que era a América?!
Se os alemães tivessem vencido os ingleses e não tivesse havido desembarque em Normandia Há 60 anos, quem é que mandava em nós, politica e economicamente?!
boa josé! palavras sensatas de um verdadeiro Siting Bull
ResponderEliminarposso assinar por baixo, por cima, pelos cantos, por onde for preciso?
É totalmente verdade que não há éticas guerreiras puras.
Mas existe outra coisa com que me identifico aqui com o nosso amigo Dragão (embora não seja sobre este assunto) os mitos! ehehe como no Homem que Matou Liberty Valance: a lenda é sempre mais poderosa que a realidade.
E creio que o Dragão tem os seus mitos. Os meus são mais cinéfilos e retiro-lhes o cunho político, mas servem para o mesmo... ";O)
Quanto ao Nashville também nunca mis revi! esse e o Bugalo Bill e os Índios ";O)
ResponderEliminarups.. Bufalo
ResponderEliminarÓ josé, isso é tudo muito politicamente correcto e, pelos vistos, a Zazie assina por baixo. E, todavia, eu sei que vales muito mais que essas banalidades superficiais.
ResponderEliminarPara falar de guerra há uma higiene básica: ter lá estado. Estiveste? É preciso ver a besta em acção, a que há nos outros e em nós. Pude aperceber-me duma regra simples: Aqueles que dominam a besta, têm ética; os que são dominados por ela, não. Vou-te dar um exemplo de ética ainda actual: Não matar civis, gente indefesa; não torturar ou chacinar feridos ou prisioneiros inimigos. Falo-te com conhecimento na matéria -teórico e prático.
Não tendo conhecimento prático, convém-te ao menos o teórico. "A História da Guerra", de Robert L. O'Connell (obra que já recomendei à Zazie), pode ajudar nesse sentido. Poderás comprovar da existência duma "ética" na guerra e de como, ela se foi perdendo, à medida que as sociedades se aburguesavam e formiguejavam. (Não é por acaso, que o Vian chamou àquele texto dele que aí abaixo apontei "As formigas"). De tal ordem, que ao contrário do que as presunções fáceis do nosso tempo apregoam, nunca a guerra foi tão bárbara e selvagem como agora. Mesmo as supostas convenções são para serem manipuladas e cozinhadas ao gosto do vencedor. A Guerra (lê o tal livro, vais ver que não te arrependes) pressupõe alguma espécie de simetria. Quando esta não existe e, pelo contrário, ocorrem grandes dissimetrias (como agora e sempre que exércitos com larga superioridade tecnológica se abateram sobre povos obsoletamente armados), não é de guerra que se trata, mas de caça -predação intra-específica-, por parte do melhor armado, e, quando muito, guerrilha por parte dos predados. O Custer, por exemplo, andava a caçar índios, mais que a combatê-los.
Ao contrário do guerreiro, o caçador quer pouco saber da ética. Uma vez enfurecido, vexado com a renitência da presa, do insecto, em deixar-se abater, pode mesmo disparar a torto e a direito, dedicar-se de alma e coração ao extermínio. Ainda hoje, os americanos andam à caça no Afeganistão e no Iraque.
O tipo de operação aí mais usado, militarmente, chama-se mesmo "cerco e batida".
A "vitória a qualquer preço" é um conceito originalmente romano e depois essencialmente protestante, anglo-saxónico. Mesmo os Nazis, carniceiros esmerados, que tinham grandes depósitos de gás sarin, misteriosamente, não o usaram.
Ora, é por no teu tempo já não discernires qualquer ética na guerra que deduzes que nunca existiu ética marcial. Esse processo argumentativo, enquanto ciência, como deves calcular, não é válido. Estás a atirar no escuro. O conceito de guerra homérico, por exemplo, é essencialmente ético. Os Sioux, ao contrário do Custer, não matavam mulheres nem crianças. Mas a Zazie, que se informou bem sobre o assunto, acha que os Sioux é que eram selvagens. Como é selvagem e bárbaro um gajo que se faz explodir com um cinto de TNT; mas não é selvagem bombardear de empreitada vindicativa uma cidade com mísseis, caças-bombardeiros e helicópteros de ataque ao solo.
leiam aqui: http://www.haaretz.com/hasen/spages/421014.html (suponho que é um jornal israelita)
Em suma: nestas catalogações fast, take-away, prevalece a lei da selva. Bom=Vencedor. Vae victis!
Quanto ao Von Braun e aos cientistas nazis não fugiram para os States. Foram avidamente levados.
Uma obra interessante sobre o assunto é a "Caça aos Sábios Alemães", do Michel Bar-Zohar.
Outra coisa que foi também gulosamente aproveitada, e tem hoje em dia grande apogeu, foram as teorias do Dr. Joseph Goebbels, o anão maldoso.
Resultam às mil maravilhas. É claro que ao serviço dos alemães eram malignas, mas ao serviço dos americanos são benignos. Todos os dias mo garantem. Não é Zazie?
não sei Dragão: pergunta ao José que vale mais.
ResponderEliminarEu por acaso não li esse livro mas não tenho conhecimento histórico que os índios da américa fossem uma das sociedades mais desenvolvidas que se conhece. Tu lá deves saber o maravilhoso grau de desenvolvimento dos Sioux. Quanto aos nazis e resto passo. Eu limitei-me a assinar por baixo o que o José escreveu, não escrevi por ele.
Se isto fora para brincar com memórias de infância tem piada. Se é para se levar a sério salto já fora.
Era agora o que me faltava ter discussões políticas sobre o imperialismo dos EUA na guera do Iraque à custa do general Custer e do Cavalo Louco loooooooooolllll
Já me basta aquela que me telefona lá das berças às tantas da matina para se queixar da burrice dos alunos mais do Bush... dass..... ":O.
as teorias do Gobbels a proveitadas pelos americanos?!??!?! mas as pessoas passaram-se??!?!?!
ResponderEliminare perguntas-me a mim porque raio? eu sou tontinha mas não tanto ":O))))
mas numa coisa cada vez acredito mais. Aquele tipo fanático islâmico que vive em Londres e foi entrevistado é capaz de ter razão quando diz que há conversões ao molho de branquinhos europeus para a sua causa. Cada vez acho mais provável. Pela minha parte acho que até se devia criar assim uma espécie de programa Erasmus para essas trocas de experiências civilizacionais. Depois no fim explodiam todos em conjunto ":O)))
ResponderEliminarGuerra a sério, para mim, só na tv e no cinema...o mais próximo que estive de uma guerra foi em 75, no Verão louco, por causa dos radicais de esquerda e de direita. De resto a tropa para mim foi na reserva territorial porque me esqueci de meter o papel de adiamento da incorporação em 77 e safei-me sem saber como.
ResponderEliminarPorém, não será preciso experimentar o cheiro a napalm para saber os efeitos; nem é preciso ouvir a crepitar a AK-47 para saber que as balas furam os crâneos e as barrigas e provocam sangueira. Também não é preciso trilhar veredas de capim para sentir o cheiro da morte. Esse cheiro está nas morgues, e a aí conheço-o bem, pois já assisti a dezenas de autópsias, desde afogados a queimados. Dito isto, vamos ao que interessa:
Admito a correcção algo política da análise. Porém, só arrisquei umas diletantices.
Eu tenho a formação tipo Reader´s Digest corrigida pela música do Frank Zappa e o 3º andamento da 9ª do Beethoven. Daí que não se possa esperar muito.
MAs lembro-me do filme Apocalipse Now e do coronel Kurtz balbuciar "The Horror!" . Embora a imagem plástica não traga cheiro que é o pior sentido para estas coisas, basta para perceber que na guerra não há ética que valha. Morte é morte! A tiro, trespasse de espada ou lança, ou estilhaço de bomba.
A guerra romântica dos Samurais ou a cavalgada das valquírias de alguns loucos, pretendem o mesmo: aniquilar inimigos. Poupar mulheres e crianças é dizer pouco. É apenas uma racionalização de custos e ganhos e não conta para distinguir moralmente, parece-me.
A barbárie numa batalha campal não difere do resultado que se obteve no desembarque na Normandia.
O horror de Hiroshima não difere muito das execuções em massa do Staline, a não ser na eficácia.
Mas para mim o problema não é esse.
ResponderEliminarQue a guerra é assim todos sabemos. Que os códigos de honra também incluem a desonra idem.
Não se trata dos que fazem a guerra mas dos que fabricam a teoria. E fabricantes de teoria são tão funestos quanto os que foram à frente e dispararam ou os que se preparam para ir atrás.
Pior, os que não vão mas empurram... os que traçam a geometria das cruzadas de convencimento. Desses tenho por hábito precaver-me. Porque a teoria e as revisões históricas são danadas. O pior convencimento não é o do ignorante, é o letrado. O poder da cultura com U, não com Ó é que é a barbárie de que fujo a sete pés. Consegue a proeza de fazer acreditar que o raciocínio pode ser substituído por conhecimento, por exemplo... isso é que é uma barbárie sem retorno.
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ResponderEliminarjosé,
ResponderEliminare, no entanto, a guerra, para os que a fazem no terreno, é um palco de ética (ou de humanidade, se preferires) para alguns, como de desumanidade para outros. O "Horror" não está na guerra, está na própria alma de cada qual. Não é preciso ir à guerra para que esse horror lá esteja. Quer dizer, não é exclusivo da guerra. Lembra-te de alguns postais que já publiquei aqui anteriormente.
DO Frank Zappa, estamos de acordo. E do Beethoven também.
Zazie,
já me esqueci do que li. Em rigor, não percebi patavina, nem da lógica, nem do motivo. Prefiro acreditar que as amabilidades que escreveste não me eram certamente dirigidas. Sobretudo não sei o quê que se passava em Londres, à mistura com tolinhos e explosões.
Vamos lá ver se não se arranja para aqui mal entendidos desnecessários. Eu não tive qualquer intenção de te ofender. E nem estava a entrar em diálogo, mas a ti deu-te para o fazer, atribuindo-me ideias e palavras naquilo que não escrevi. Dirigiste-me um repto provocatório (o do nazismo que devo achar bonzinho desde que praticado pelos meus queridos amigos americanos) apenas por eu ter assinado o que o José escreveu. Mais nada.
ResponderEliminarO que me interessa são as ideias e aqui vai então um esclarecimento do que escrevi às 3 pancadas e deu para que não percebesses pataviana.
Só duas ideias: a ideia da pureza dos códigos de ética baseados no passado (espartanos, sioux ou samurais tanto faz) contra a ideia da barbárie por falta deles e por via do laxismo e do comodismo da sociedade de consumo (tem sido mais ou menos isto que dizes de post para post)
Segundo a ideia de que as guerras eram verticais quando as forças dos exércitos se equiparavam; e se tornaram bárbaras pior do que toda a barbárie histórica quando derivaram em variantes de caçada ao “outro” ao mais pequeno- o gigante contra o anão.
A primeira. Não concordo. Penso que o grande problema quando se esquece que vivemos no século XXI e passado é passado, consiste em criar filosofias ou ideologias puristas, de sacrifico, de purezas iniciais, remetendo igualmente para passados míticos. E que daí é que pode vir a maior barbárie: a barbárie da cruzada numa aliança de filosofia, religião e ideologia.
Aqui fica o exemplo do tal gajo que é erudito mas não é apenas um dragão diletante da blogosfera: “ A primeira geração veio, nos anos 40, por razões económicas. Aqui, chamavam-lhes "paquis", tratavam-nos mal, mas eles só queriam comida e um tecto para dormir. A segunda geração, entre os anos 60 e 80, integrou-se. Chamavam-se "Bobby" e gostavam de Madonna e Michael Jackson. A terceira geração, que é a minha, veio a partir dos anos 80 por razões políticas. (...)
Se puder divulgar o Islão, não tem dúvidas de que os ocidentais se vão converter. R. Nenhumas. Porque o Ocidente não tem respostas para o sentido da vida, ou da morte, que é o grande desafio da vida. A cultura ocidental reduziu-se ao entretenimento. Sex, drugs and Rock and Roll.
Agora a guerra: assinei por baixo o que o José escreveu porque a dada altura também disse, e bem, que é pelo poder das armas que se dissuadem as guerras. Incluindo a armas de destruição massiva. A ideia de combate leal ente exércitos igualmente poderosos, como tu falas em relação a um passado de “guerras éticas” é algo totalmente inviável pela seguinte razão. Se nessas épocas o combate era “leal” em força, também era a barbárie que podia chegar ao extermínio completo do adversário. Os tempos mudaram, progresso, ou lá o que quer que seja, foi também a consciência de um certo humanismo em que esta visão não é aceite pelo mundo. E mesmo que fosse aceite tinha apenas como resultado mandar ao ar o planeta. Só isso. As armas mudaram e com elas os ditos códigos de honra já não são possíveis. Como mudou a ideia de “pequeno” a luta David e Golias em termos de terrorismo não se mede pelo arsenal entra outros factores em conta, a começar pelo suicídio dos que se fazem explodir, passando pelo desprezo pela vida, passando pelo uso do dinheiro para alimentar essas crenças. Tudo isto chega para que se entenda que não te insultei, apenas enquadrei a erudição na nossa época. De forma básica, admito, mas isso já tu sabes: eu sou uma básica.
A provocação só andou por aí, quando disse que temia o poder dos eruditos “;O)