terça-feira, junho 15, 2004
A AMÉRICA DOS IMPOTENTES
Eu não gosto de americanos. Refiro-me àquela massa bruta, ao formigueiro que parece importado de Marte. Republicanos ou democratas, é-me indiferente. É a corja inteira que eu não gramo. Não é uma questão política: é visceral. Não gosto de americanos como não gosto de baratas, ratazanas ou aranhas. Repugnam-me, causam-me asco. São peçonhentos. É instintivo. Lovecraft, tenho a certeza, inspirou-se neles para conceber todas aquelas monstruosidades amorfas e alienígenas que assombram e depredam a espécie humana. Que escavam túneis tenebrosos e habitam antros abomináveis.
Racionalmente, também não gosto. Não gosto nada, como não gostava Nietzsche, Freud, Levy-Strauss, Heidegger, Céline, Ortega Y Gasset e tantos outros.
Portanto, se sou estúpido estou bem acompanhado.
Suspeito que se reproduzem como os vampiros. Vampiros de almas, quero dizer. A sua prole zombie, frankensteiniana, passeia-se espectralmente por toda a parte. Despersonalizada, desrealizada, delirante, amorfa, sonâmbula, expele uma baba negra e corrosiva que não engana. Uma estaca de madeira antes do anoitecer seria um acto de caridade.
Apegam-se a grunhidos monocórdicos, entrecortados por urros possessos. Como papagaios energúmenos que apenas repetem os mesmos chavões decorados, obsessivos, obscenos.
Um desses, predilecto, mais em voga, é o de que os americanos nos salvaram dos nazis. Com que frenesim se lhe entregam!...Que cassete!
Uivam-no, proclamam-no, num esbugalhado transe, de olhar fixo e cabeleira ouriçada, os olhos raiados e a baba a pingar das mandíbulas rangentes. É o argumento rei. Pode o cosmos ruir, que o argumento rei resiste.
Aparentemente, acreditam nele. Agem em conformidade. Mas não deixa de ser curioso, e até irónico, que esses mesmos que louvam hoje os americanos, estariam seguramente na primeira fila a louvar os nazis caso estes tivessem triunfado e usufruissem, no presente, de incontestada hegemonia. Digo mais, andariam por aí, em patrulha severa, fardados de negro com duas insígnias "ss" na gola e uma caveira no boné.
E louvá-los-iam pela única e genuína razão por que sabem louvar: porque eram os que tinham ganho, os que estavam por cima, os triunfantes!
Garanto-vos: Ninguém como o cão para reconhecer o dono da casa. Ninguém como o sabujo para acudir à voz e ao assobio do amo. Nem como o eunuco para zelar pelo harém. Nem como o impotente para idolatrar e rastejar abjectamente diante do Poder e da Força.
bah... deu-te para aí.. inventas-te que não gostas dos americanos. Há quem invente que não gosta dos franceses por causa de quem não gosta dos americanos. Também há quem invente que gosta dos americanos por haver quem não goste dos judeus. Depois há quem invente que não gosta dos alemães por todas estas razões juntas e também por via da língua ser boa para carroceiros, como dizia o Fellini. Há quem invente que gosta dos italianos porque as italianas são boas, tout cour...
ResponderEliminarEu cá admito: estou-me pouco lixando para a "floresta". Da história e da cultura o que menos importa é a "alminha" de quem a produz. Para engalinhar com um "americano tosco" basta-me o vizinho do lado.
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ResponderEliminarBem podes pr'aí perorar que desta não me redimes, ó Zazie, eh-eh!... ":o)) Cada qual tem os seus ódios de estimação e o seu direito inalianável aos ditos cujos!...
ResponderEliminarEu fui Sioux noutra encarnação. Deve ser por isso.
ehehehe então tá bem, "boi sentado" e eu fui a mulher branca do general Custer ":OP
ResponderEliminarÉ mais "cavalo louco"...e foi um prazer fazer-te viúva em Litle Big Horn. :o)
ResponderEliminarPoor guy... era um galanteador, ainda mandou aquele maralhal todo da 7ºcavalaria tocar a despedida para mim... e depois, com a massaroca das memórias abri um saloon de french can-can que foi uma maravilha ";O))
ResponderEliminarMas agora falando a sério. O problema não são os americanos, o meu problema são os anti-americanos que me lembram logo o rádio nostalgia ou a tatuagem Guiné 65 e amor de mãe em festa de Avante. O tempo tem destas coisas, o que não é clássico ou vira bloco ou tijoleira de marquise. E a cassete do anti-americanismo é um fenómeno lixado.
ResponderEliminarNa próxima encarnação ajustamos contas...Billy... “:OP
Convém separar as águas. Os américas são só mais um capítulo de Descartes, burgueses & Compª. O estágio terminal do cancro. É um circo já com vários séculos. O meu problema, na verdade, é com o circo todo, ou em termos mais comezinhos: a Besta.
ResponderEliminarE de Bestas eu percebo. Sou da família. :o)
Fora isso, sou tão anti-americano quanto o Aristóteles seria se fosse vivo.
hummm... se vais pelo Aristóteles vais dar aí, Por mim ia mas era urgentemente a New Orleans ":O)))
ResponderEliminarum cinéfilo tem de gostar da América. E ponto final. E isto é uma evidência. E também percebo de bestas. Mas fantasio-as ";O)
e dás demasiada importância a esse furor do louvor americano. Não é nada o louvor do triunfo... é uma mistura de reactiva aos revolucionários de causa perdida com mágoa de também a não terem...
ResponderEliminarsim, que tu queres coisa mais anti-americana que os salamaleques e galões majestéticos com que se fazem esses louvores ao triunfo?
ResponderEliminar":O)))
Para além do facto de eu estar a transbordar de razão nesta matéria e de tu esbracejares desesperadamente tentando convenceres-te a ti própria do insustentável, além de tentares tapar o sol com a peneira, o meu cineasta preferido (Stanley Kubrik) também não gosta da américa.
ResponderEliminarEspero que o peso esmagador deste formidável argumento cause uma debandada final de todas e quaisquer dúvidas da tua parte. :0)
Não esquecendo nunca o facto que os melhores filmes que vi nos últimos tempos foram feitos fora da américa. E o cinema é uma invenção francesa. :0))
Eu podia ficar aqui pela eternidade a enunciar-te as menoridades efectivas da vaca-sagrada américa, mas poupo-te.
Não poupes! Mostra lá esse cheiro a poupa que segundo as tuas narinas flamejantes, tresanda na America.
ResponderEliminarPor onde começar?!
Pelo anti-comunismo primário, de limpeza a tudo que cheire a commie?
Pela mentalidade tipo juiz Roy Bean ou Reagan?
Pela normalização do kitsch, ao transpor para Las Vegas, as colunatas dos faraós?
Pela exploração do sexo, banalizando perversões e onanismos, inundando a net da mais "plain" pornografia que só retira o desejo? Com a exposição ao público de milhares e milhares de mulheres que a isso se prestam em troco do dólar para as compras?
Man! Reconheço que tens trabalho à tua frente,se quiseres exautorar!
Porque no reverso da medalha, há um montão de coisas que me fazem gostar da América e que tem a ver com a tecnologia, a música popular, a imprensa, a liberdade para debater ideias.
A "tecnologia" é o que se vê: bota aí as farmacêuticas, os Doutores frankensteins e a super-indústria de armamento e o que é que sobra?...
ResponderEliminarA música popular, a "indústria discográfica" está a tratar dela. Prefiro Mozart, JS Bach, etc. E tens um bom resumo da actual "música popular" com o balázio que o Cobain (Deus o guarde) enfiou nos cornos. Simboliza uma réstea de lucidez na américa.
Quanto à imprensa e à liberdade de expressão, em que planeta é que tu vives? Consegues ver os pequeninos podres dum paízinho pequenino como o nosso e escapam-te os gigantescos ali do outro lado do Atlântico?
"não podes servir a dois senhores, a Deus e ao dinheiro". Escolhe. A américa, justiça lhe seja feita, escolheu. E também resolveu a dicotomia: fez dos dois um. "Pluribus unum" - escreveu Deus nas notas de dólar.
Queres branqueá-los? Força. Não és um dos fariseus. És só mais um na multidão que os fariseus manobram.
E se eu estou enganado, caro amigo, óptimo! Seria para mim uma grande felicidade. Oxalá!...
Nas tecnologias referia-me a outras coisas. Referia-me ao MIT; a Santa Fe; à cultura de incentivo à investigação e que advém de uma outra cultura ligado ao capitalismo e à "venture", ao risco e á vontade de investir dinheiro. Sim, também é disto que se trata e não pode haver hipocrisias, pois o tempo das trocas de géneros por géneros já não existe e a lei da oferta e da procura ainda não foi substituida por outra lei mais natural e adequada. Era bom que a boa vontade, "peace brother", e a irmandade universal que asseguraria a repartição de bens a todos, fosse realidade. Mas não é e nunca será. Sendo assim, resta escolher o sistema de produção menos mau. E quanto a isto, parece não restarem dúvidas que o capitalismo foi o "Fim da História" , meu caro Dragão. Um capitalismo que se tinge de social democracia ou finge um neoliberalismo inconsequente, perante as misérias que vai gerando. Nesta contradição navegamos e lá vamos.
ResponderEliminarA tecnologia americana não tem paralelo no mundo! Nem na Inglaterra; nem na França; nem na Alemanha que são os maiores a seguir aos americanos.
Para um Linus Torvald, há vários Gates Estêvãos ( Steve Allen, Steve Wozniak, Steve Jobs, para não falar num oráculo como Larry Ellison).
Se não fossem eles, não estávamos aqui a escrever estas ideias. Não adianta argumentares que foi um Suíço que inventou este conceito de rede: a verdade é que foram americanos que o divulgaram e democratizaram.
Quanto à imprensa, nota só:
Atlantic; New Yorker; Rolling Stone dos velhos tempos do Tom Wolfe e do Gonzo Journalism; TIme e Newsweek, apesar de tudo e porque a Der Spiegal ou o Nouvel Observateur não são melhores; Harper´s magazine; Prospect; Slate; Utne Reader: tens para todos os gostos. Claro que não vêm lá artigos sobre a excelência da vitela barrosã, mas ainda assim, não tenho bem a certeza.
Quanto à liberdade de exprimir ideias, há os think tanks institucionalizados e principalmente o modo como se debatem os assuntos: não há barreiras nas subtilezas. Basta ler o que se escreve na América sobre o Bush e a guerra no Iraque. Estão lá os melhores comentadores e podem ser lidos na net, desde Paul Krugman até Joe Klein ou os "heróis" de Watergate.
O perigo vem de um sistema compelxo e ligado ás corporations. Mas haverá alternativa?
A América engrandece-se com um Clinton e apouca-se com este Bush miserável. No meio, há os mais pequenos que também têm voz mas não a conseguem impor. Dirás que os media estão manipulados e poderás ter alguma razão, mas conheces exemplo de país melhor, nesse aspecto?!
Se se aceitar o paradigma do capitalismo e do seu modo de produção a América tem o melhor e o pior, se calhar.
E os outros têm o quê?! Portugal e este sistema corrupto será melhor?!
( continua...se houver tema)
Bem, então vá lá. E para que fiques ciente que não estou nada a esbracejar e muito menos a tentar convencer-me começo já por dizer que gosto da América porque sim! E não há nada a fazer. Não vou mudar de opinião e pronto. Também não embirro com nenhum povo assim por embirrar mas mal me ponho em viagem sou do tipo capitão Hadck em pequenas xenofobias gratuitas. E nem preciso de ir buscar argumentos. Engalinho com tudo como ele. E na volta gosto de tudo como ele “:O))
ResponderEliminarMa agora a América só para rebater uns niquinhos dessa tua fantasia.
Primeiro, o meu querido e amado Celine. É treta que fosse assim tão anti-americano como dizes. Vai lá à Viagem e diz-me quem é a única gaja que é tratada de forma positiva. E onde. E como ele fala na liberdade do desenvolver talentos seja lá para o que for, nem que fosse para amestrar pulgas.
E o Céline o que mais detestava era a sua Françazinha que como ele dizia tinha perdido a última oportunidade de lhe darem crédito com os alemães... os franciús que passam horas à mesa não podiam ser povo credível. Lembras-te?
Depois o anti-comunismo primário. Foi primário foi. E é natural que para um cowboy virem-lhe com ataque à propriedade privada fosse coisa de virar as tripas. Mas na volta também foi secundário e uma boa embirração que a trampa do comunismo foi dos ideais mais totalitários que só uma Europa com manias de megalomanias utópicas era capaz de inventar. Portanto no anti-comunismo o que foi caseiro é lá com eles o que foi do mundo foi nosso e foi bué de bom. E quem acha o contrário é porque nem sabe o que foi a puta do Estaline e dos gulags.
Quanto ao cinema ficava pelos pioneiros e por John Ford e dizia-te uma coisa: se queres ver Cinema não vás ao cinema. Via a um museu de cinema. E eu aí sou imperdoável que é das poucas coisas em que não me fio no gosto de ninguém. Tirando os que tem o mesmo gosto que eu. “:O)) E também não entro na bacoquice de cinema americano contra cinema europeu ou francês porque isso é uma falsa dicotomia que só serve para quem não percebe da poda.
A mentalidade do urso Roy Bean. Olha aí está uma mentalidade que me lembrei ainda há pouco tempo. É lá com eles e com a sua história. E não me vais querer comparar a história de 200 anos daquela malta com a história da civilização? Pois não rapaz? Eu sou europeia e não troco a minha história por nada. Nem por budismos zen quanto mais por cowboiadas. Mas isso não me faz engalinhar com os americanos. Topas?
O Ktish das colunatas e dos faros... estás a falar de Torres Vedras? Do centro comercial da Costa da Caparica? Hummm... bem me queria parecer que não estavas a falar de Mulholand Drive.... nem de New Orleans (New Orleans também temos por cá em miniatura na Vila Berta “:O))
A exploração do sexo... claro, e o pior são as imitações baratas.. mas vejo que o nosso amigo já entrou em cena. Tenho de me apressar.
Vou só dizer-te o que gosto sem pegar na ciência nem na maravilha do progresso económico nem na porcaria do sistema social nem na treta bafiosa da moral protestante nem na mentalidade tosca.
Gosto do culto da liberdade acima da protecção. Liberdade de quem nem tem a merda de BI quanto mais impressão digital.
Gosto da inexistência dos salamaleques bafiosos dos pergaminhos à velha Europa (e até á velha Europa britânica que também tanto gosto- o que detesto é a cópia de caricatura à “Espada”)
Gosto do raio de um país em que um gajo que faz a licenciatura numa faculdade tem de mudar para se doutorar noutra e depois para outra para investigar e depois circular, circular, circular sempre em vez de carregar a bandeira da capelinha como cá. Odeio a merda das capelinhas e compadrios sanguíneos da velha Europa que ainda não percebeu que perdeu o sangue na revolução francesa.
Para o bem e para o mal gosto de um povo que tem coragem. E aí é que a porca torce o rabo. Coragem e patriotismo que são coisas lixadas mas que os sacanas têm e quem esteve lá no 11 de Setembro sabe que em mais nenhum local do mundo era possível aquele espírito de entre-ajuda. E gosto de uma coisa que os anormais dos “pacifistas” cobardolas políticos se esquecem de referir: ao mesmo tempo os gajos até dão bolsas e patrocinam quem quiser dizer mal deles e fazer filmes a dizer mal deles. Conheci um que andava em tourné a fazer precisamente isso: mostrar o 11 de Setembro aos olhos marxistas de um gajo talentoso com formação marxista e da América latina. E pago por eles. E era talentoso. E o que mostrava, do ponto de vista político era uma merda. Mas era talentoso. E ganhou a bolsa. Quem pagava isto num país comuna?
E já cá volto que quero ver o que diz aí o José.
Mas tu provocaste-me com essa do cinema.... o cinema são os pioneiros, é Grifith, é Ford, mas também é Lubtisch, Preminger; Hawaks, ou Capra, Kazan e Stronheim e Copolla e Socorsese e toda essa MALTA EMIGRANTE . E é Pollock mas também Rothko que era russo ou Gorcky que era arménio, e nunca mais acabava porque também é isso que gosto. Esse melting pot que é a América e não houve Nouvelle Vague nem Kubricks que não soubessem muito bem isso, só para falar de cinema que não há arte nem ciência que nem tecnologia que possa ignorar que é nesse melting pot que as coisas se fazem.
ResponderEliminarE não me venha dizer que isso foi assim porque não podia ser de outra maneira que aquilo não ia ser feito com imigrantes papuas. Claro, e não há moral nisso, há espírito prático. Outra coisa que muito me agrada na famigerada “mentalidade americana”.
e para que não haja equívocos, o Kubrick era um génio. E fiquei com vontade de uma distopiazinha de laranja ":O)))
ResponderEliminarmas, meus caros meninos, esta cena de anti-americanismo resume-se a uma única questão. política- poder, money. Como as alternativas ao money e sistema capitalista foram o que foram ser-se anti-americano por estes motivos faz-me lembrar aquela malta das vilecas a mandar vir com a capital- tipo luta rato do campo/rato da cidade- meus caros, já não há "campo" ,o que há é caricaturas de "cidade". Se preferem a caricatura então tá bem... mas depois não me venham com Bach à mistura ";O)
ResponderEliminarE o tema, é a música popular!
ResponderEliminarNa música soul, Ray Charles e Stevie Wonder; a Motown e o Phil Spector.
Na música pop-rock, tudo o que veio através do blues de RObert Johnson, John Lee Hooker, Muddy Waters e tutti quanti e ainda tudo o que veio do som redneck do country.
No depois, incluo assim os Little Feat e os Jefferson Airplane; os Byrds e os Beach Boys; os Eagles e os Flying Burrito Brothers e, claro, os Crosby Stills Nash and Young. Chega neste departamento. O Cobain é um epifenónemo como centenas ou milhares de outros que se agarraram á coca e heroína e não sairam de lá. O Ray Charles saiu e andou vinte anos de mão dada com ela.
O Bach, Mozart ou Beethoven tem o seu departamento, mas não tem o ritmo e a batida do Summertime Blues. E eu gosto da batida em doze compassos do blues daqueles pretos que já morreram há anos. O Robert Johnson foi um ás e ainda há quem não consiga passar sem o imitar (Eric Clapton).
Fico por aqui que já é muito e que se deve à América.
O folclore de outros países não chega para me alegrar, porque me habituei ao beat e aprecio o rock,soul, country & western. Muitos filmes e muitas horas de rádio nos anos setenta moldaram-me o gosto. i can´t help it.
Zazie, menina, registo o melhor dos teus argumentos: "gosto da América porque sim"!
ResponderEliminarO resto é uma cassete já mais que gasta, ao nível da cassete dos vermelhuscos de antigamente. Compreendo que tenhas que declamar isso tudo a ti própria, de manhã e ao deitar,para te entorpecer a consciência e , sobretudo, a inteligência. À falta de Deus, como do chocolate, arranjam-se uns sucedâneos. O caos espreita ao virar da esquina.
Gosta da américa, Zazie, gosta da américa porque sim! Mas não inventes desculpas nem paliativos, não doures a pílula. Por mim, podes gostar dela à vontade. Gostos não se discutem.
Tal qual eu não gosto. Porque não.
olha, não estava à espera desta resposta... francamente, sempre me dei ao trabalho de responder e podia ter logo dito que o que escreveste era cassete de antigamente. Rapaz, isso para dragão não vale. Se fosse chatinha perguntava-te o que é cassete e onde. Mas, pelos vistos tu não te ias dar ao trabalho. Tu tens a tua verdade, eu tenho a minha casseste.
ResponderEliminarOk. É pena porque a cena prometia mais...
e olha lá uma coisa, tu não tens nada de compreender que eu tenha de repetir o que quer que seja porque NAO SOU EU QUE TENHO ÓDIOS GRATUITOS DE ESTIMAÇÃO. Ok?
ResponderEliminarNem ódios nem amores que me entorpeçam o raciocínio e me levem a passar carta branca a tudo que vem da América. Entendidos? do mesmo modo que não tenho ódios de estimação que me levem a combater tudo o que vem da Améríca só por ser americano. E, para sermos mais adultinhos, podia fazer copy past do que me recomendaste e devolver-te o texto.
É que também sou uma dracolina, meu caro, um raio de uma dracolina sem grande pachorra para meias tintas ":O)))
copy paste.
ResponderEliminare aqui fica devolvido ao rementente que teve fraca filosofia para o debate.
"Compreendo que tenhas que declamar isso tudo a ti própria, de manhã e ao deitar,para te entorpecer a consciência e , sobretudo, a inteligência"o azar foi o Céline, aposto... ehehehe
Vamos ter muitas ocasiões para debates. Não saias daí que eu vou-lhes malhar muitas vezes.
ResponderEliminarHoje é um mau dia (tive que entregar uma puta duma tradução de psicologia até às 18H, estou com uma directa em cima e tenho que ir ali apoiar a selecção).
O Céline não suporta a mentalidade burguesa e, na sua magna coerência, não suporta americanos. Eu depois passo-te as citações.
Eu não levo estas coisas muito a sério (como nada nesta vida). Foi a vida que me ensinou. Por isso, não te engalinhes pr'aí toda e vai-te habituando ao meu humor peculiar.
Fora isso, apresentas argumentos de índole religiosa, pelo que qualquer resposta filosófia não colheria o mínimo sentido. Em resumo, tu "acreditas na américa". Tens fé. Eu acredito na Grécia Antiga: ainda sou mais maluco que tu.
Agora, dispara pr'aí à vontade, mas não me confundas com os "demónios da américa". E dos seus acólitos. :0))
Eh lá!Isto promete! Eu para aqui a ensinar a minha pequenita a ver as horas no relógio e o jogo na SIC que não apanho...logo vejo.
ResponderEliminarQuanto ao demais, eu percebo a tua ideia, ó Dragão. Mas é mais um idealismo, quanto a mim. Queres que desenvolva, ou chega-te para a labareda dos argumentos?
a fofinha está a aprender a ver as horas? que querida! uma pessoa até se esquece que houve um dia em que se aprendeu ehehhe bjs josé. Eu estive a apoiar a selecção e a pintar umas cenas e esqueci-me que a tinta era sintética e agora estou linda... nem imagina...
ResponderEliminar":O(
Dragão: abranda, abranda senão não vale a pena. Aceito a directa e a tradução mas vamos já esclarecer que só alinho em conversas com muito respeitinho e chá que sou menina. Ok?
ResponderEliminarvale tudo desde que seja com sentido de humor que também não me levo a sério e sou a primeira a gozar comigo. Mas rajadas a chamar-me acéfala só porque não bato sempre palmas quando macho fala, mais devagar...
Outra coisa: se queres partir do princípio que eu sou a tal maluqinha com dogma da américa parte. Faz bom uso disso, mas não vamos a lado nenhum porque é um parti pris errado.
Aqui o josé que já me conhece há mais tempo sabe bem onde se centram os meus pequenos ódios de estimação...
À parte isso, por razões que não vêm ao caso, decidi que na blogosfera nunca mais debateria com políticos. ideias, arte, brincadeiras tudo bem, políticos nunca mais.
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ResponderEliminarÉ melhor desenvolveres, ó josé.
ResponderEliminarE tu, Zazie, para que não julgues que não valorizo e aprecio as tuas sentidas diatribes, aqui fica um reparo (amanhã, depois de eu dormir, há mais):
Pegas num livro muiro interessante chamado "História da Guerra", do Robert L. O'Connell -um americano, portanto-, e consultas lá os seguintes conceitos: "guerra homérica", "simetria de forças", e "guerra moderna" (de que a américa é o "último grito"). Quando dominares estes três conceitos, podemos falar de "coragem".
A tradução portuguesa é da Teorema. Bastante boa, aliás.
Dragão: eu estou-me maribando para valorizações. Acredita. O meu grande problema até é mais essa incapacidade de me levar a sério. Acredita. Agora para o que não tenho feitio é para amocha aí galináceo ":O)))
ResponderEliminarQuanto à coragem, acredito que teoricamente seja interessante o que me recomendas. O problema é que quando falo em coragem sou mesmo uma básica. Refiro-me apenas à capacidade de não ter medo físico e atirar para a frente loooooooolll
Mas, ó Zazie, eu estimo muito que espingardes, que discordes, que avances com a artilharia completa. Não percebo é onde é que raio vais buscar essas suposições do "amocha galinácio" e mais não sei quantas metáforas do mesmo estilo.
ResponderEliminarSe eu achasse isso, não te passava cartão. É tão simples quanto isso.
Eu não te confundo com o vasco rato; não me confundas tu a mim com o Danielzinho ou coisa que o valha.
Digo-te mais, para que não fiques triste: amanhã tenciono trucidar-te todos os teus belos argumentos, um por um. Mas depois do massacre, não chores pelas ilusões perdidas (isto sou eu a provocar-te...)
Mas sempre no espírito que preside às conversas que tenho com os meus comentadores preferidos: de fraternidade, prazer e uma certa e saudável loucura. 0K? :0}}
E também não me precisas de lembrar a toda a hora que eu sou uma besta. Há espelho cá em casa. E estas narinas fumegantes mal me deixam descortinar o écran, quanto mais o teclado!...
Debatamos então...
ResponderEliminarEu sou tipo de poucas leituras. Leio algumas leis por obrigação e quanto ao resto, folheio.
Um dos últimos tem sido o "Da Alvorada à decadência" de Jacques Barzun, Gradiva, 2003 ( edição original de 2000).
Para o fim, num capítulo a que intitulou Abraçando o Absurdo, escreve sobre McLuhan: " o meio é a mensagem significa que a tecnologia domina por completo a linguagem e o significado. As palavras, de facto, são obsoletas; o visual, constituido por padrões, governa agora o pensamento,a forma oblitera o conteúdo."
Eppure, nunca como hoje houve tanta palavra à solta: na televisão , na imprensa, aqui nos blogs. Mas são palavras soltas e desgarradas de conceitos. E agarrar nestes conceitos remete logo para ideias filosóicas. Ora, eu não domino essas matérias. Copio ideias de outros, cito outros, mas a verdade é que me escapa muita coisa.
Assim, rematando, quanto aos americanos, quando digo que subscreves mais um idealismo, parece-me que o fazes por execrar particularmente a realidade visível dos americanos actuais. A realidade que nos impõe o que eles vão produzindo culturalmente e que por motivos económicos vão distribuindo em grandes cadeias, com a ajuda preciosa de ilustres sabujos que passam na rádio os "hits" e escrevem sobre os "blockbusters" ou afinam pelo mesmo diapasão neocom.
Esse pendor culturalmente imperialista dos americanos tem-se agudizado nos últimos anos, com prejuizo para outras culturas e outros modos de ver. Isso é uma perda importante. Neste preciso instante, na RTP 1 começou um filme que tem logo na banda sonora, uma música de Johnny Cash e como actor conhecido aparece um tal Matt Dillon e o epítome Michael Douglas. Aparentemente será um "bom filme". TRata de temas do dia a dia actual , segundo o que estou a ver.
Esta invasão cultural que é contínua, repete-se na rádio com as Didos e as Norahs Jones e é com este imaginário que somos habituados.
Pois bem! Não é por isso que que deixei de preferi ver outras coisas como por exemplo os filmes do alemão Herzog. Porém, a verdade é que preferia que houvesse mais Herzogs e em Portugal os filmes tivessem outras temáticas que não a violência estereotipada que implica que os actores tenham armas consigo, como costumo ver em filmes portugueses...espero que compreendas o que quero dizer.
Assim, o teu idealismo leva-te a recusar essa cultura empacotada que nos é dada, como se fosse mais um Macburger ou uma Kentucky Fried Chicken.
Porém, a América, sendo isso, para mim não é só isso, e como não vivo lá, aproveito o que me convém e que acho bom. De vez em quando até como uma chickenburger ( porque não?)assim como na Alemanha degustaria uma bratwurst no meio de um pão se gostasse do sabor, ou na Grécia apreciaria o queijo feta com azeite, ou...ou...
A mim, o que me interessa é a variedade de escolha e na América existe essa variedade. Do que não gosto muito é do sistema deles, cuja lógica conduz à redução dessa variedade, de que o cinema ou a música populares, são um exemplos.
Mas execrar todo o sistema não me parece a opção mais racional, se o mesmo permitir escolhas múltiplas. E o americano permite.
Ficam estas ideias desgarradas. Se se proporcionar elaboro mais um pouco.
Looooooooolll que essa do Vasco rato até me ia fazendo engasgar aqui com o Bombay. Só se fosse por via daquele delicioso sotaque à 5th element que não me importava nada de ser uma Milla Jovovich “:O))))
ResponderEliminarEntão tá bem, amanhã leio isso.
Quanto ao galináceo e para terminar com as provocações recíprocas foi simples: tu escreves umas coisas muito loucas que suponho que são para ser lidas como literatura mas depois levas à letra o espírito da coisa e dizes que quem não tem essa loucura é acéfala e tem cartilha.
E foi a primeira vez que falei nas galinhas porque da outra (das zazies deste país) nem comentei. Vou dizer uma coisa que pode parecer bera: nem liguei. Com tanta gente a enaltecer o VPV e só eu a dizer 2 ou 3 palavras pegas logo na rapariga para postar... olha, sinceramente que na altura até pensei que fosses gay “:O.
Sorry que já reparei que não és. Logo o motivo era eu ser galinha “:O))))
Inté