sábado, abril 17, 2004

Uma questão de QI...e de BI

Já não me lembro a que propósito, fui dar ao Site duma organização dedicada ao Coefeciente de Inteligência (vulgo QI). Apresentavam os resultados de várias figuras históricas, mortas e vivas. Do Homem de Cro-Magnon a George W. Bush, passando por Leonardo Da Vinci, Galileo e outros, lá estavam os números, os QIs. Não me custa acreditar que o Homem de Cro-magnon, ou a mulher de Neanderthal fossem mais inteligentes que a generalidade dos políticos do nosso tempo (e não apenas do já lendário Bush). Não obstante, custa-me a digerir a exactidão garantida dos cálculos, a cientificidade perfeita dos testes. Como é que eles testaram, por exemplo, o Homem de Cro-Magnon, não entendo. Viajaram no tempo? Fizeram uma projecção espectromagnética a partir dum neo-conservador?* Recorreram ao espiritismo? À arqueologia divinatória?
É certo que os cientistas são capazes de tudo e mais alguma coisa. Se conseguem datar o nascimento das estrelas, a distância em jardas daqui ao outro lado do Universo e o regime alimentar dos Buracos negros, mais facilmente calcularão o QI seja lá de quem fôr, vivo, morto ou contemporâneo.
Mas o meu cepticismo mantém-se. Tenho as minhas dúvidas. Sou casmurro e obstinado.
Até porque sei, de fonte segura, por leis, empírica e exaustivamente, infirmadas, que os únicos que têm um método comprovado -e mais que um método, um aparelho infalível e meticuloso-, são os portugueses actuais.
Nunca repararam? Por cá avalia-se o QI através do conta-quilómetros do automóvel. Parece que é infalível.
Os povos pioneiros são assim.


* Ressalvo que, neste caso, a margem de erro estatístico seria muito grande, resultando quase de certeza no QI dum chimpanzé com problemas cognitivos.

** Bem, talvez não sejam bem os únicos...Mas nós gostamos de puxar sempre a brasa à nossa sardinha!...

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