Dados sobre a taxa de suicídio entre os soldados norte-americanos no Iraque:
«No ano passado, pelo menos 17,3 soldados suicidaram-se por cada 100 mil. A média de todo o Exército é de 12,8 por cada 100 mil.
Na população em geral, a média foi de 21,5 por cada 100 mil habitantes, para homens de 20 a 24 anos nos EUA.»
Conclusões objectivas:
A taxa de suicídio dos soldados no Iraque é superior ao resto do exército; todavia, é menor que entre a generalidade da população masculina, entre 20 e 24 anos, nos Estados Unidos.
Resumindo: é mais deprimente e traumatizante, para um soldado americano, estar em missão de serviço no Iraque, do que noutro sítio qualquer; mas é menos deprimente e traumatizante estar no exército, mesmo no Iraque, do que na vida normal, quotidiana, civil, na sociedade americana.
Isto, no mínimo, é assombroso e incompreensível. Sendo o modelo de sociedade americana, o mais avançado, virtuoso e melhor dos modelos possíveis, não se compreende como é que os jovens se suicidam desta maneira disparatada, e, muito menos se entende como é que chegam ao ponto de considerar a sua vida rotineira e privilegiada no paraíso da Terra mais deprimente e exasperante que o patrulhamento de regiões inóspitas, cercados de árabes hostis e terroristas adversos.
Será por uma contingência de trabalho? - é preferível um mau emprego que emprego nenhum...
Será por uma questão académica? - é mais fácil e menos arriscado enfrentar árabes hostis que os colegas da escola ou assaltantes urbanos...
Será por uma questão de escape mínimo? - ao menos na tropa, em turismo bélico, sempre se pode descarregar no gatilho e dar uns tiros em alguém de vez em quando, sem se ir preso logo a seguir...
Sinceramente, não sei. Este é um daqueles enigmas que só uma mente edipiana como a do Luís Delgado poderá resolver.
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