Tocou o hino. Com a bandeira ao fundo, o Primeiro Ministro veio diante das câmaras, falar ao país, resolver a crise, como há muito prometera. Desta vez é que era.
Fitou, solene, a nação, encostou a pistola às têmporas e estoirou os miolos.
A seguir foi o Governo, todo, em bloco. Solidário.
O Parlamento, por dever de cidadania.
A Administração Pública. Por simpatia. Burocrática.
As Polícias. Em escolta. Atrás.
Os Tribunais. Com toda a justiça. Também
As Igrejas. Morais. Abençoadas.
E, por fim, os Media todos, com a Televisão a encerrar o discurso e os écrans.
Comovidas, as pessoas saíram prá rua, subitamente, libertas de tudo: do pesadelo, da angústia, da escravatura camuflada e da crise. Especialmente da crise. Começaram a falar umas com as outras, daquilo que muito bem lhes apeteceu: do futuro, dos sonhos, do amor, sabe-se lá!...
Sem dúvida: a Crise é uma coisa gravíssima que urge resolver. Prometeram-no.
E o prometido é devido!
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