terça-feira, setembro 26, 2006

Cinegética kosher




O Rabbi Yousef Falay reside no West Bank - aquela faixa de Israel ilegalmente ocupada pelos palestinianos. Recentemente, o moderado rabi, incomodado decerto com aquela ciganada toda a sujar a paisagem e aquele guetho imenso e sórdido a prejudicar a valorização do imobiliário da zona, escreveu um libelo na revista "Ways of War" -uma revista que alguns mal intencionados apelidam de sionista", mas é mentira porque, como todos sabemos, o sionismo não existe, o que existe é anti-semitismo -, pois, como vinha dizendo, escreveu o seguinte: todos os palestinianos masculinos, com mais de 13 anos, que se recusassem a abandonar as partes de Israel ilegalmente ocupadas (aquelas a quem os anti-semitas chamam Palestina) deviam ser exterminados. Essa, segundo ele, seria a melhor forma de assegurar a não-existência da raça Palestiniana.
Diante disto, qualquer pessoa bem formada se interroga, ligeiramente perplexa. Em simultâneo, as pessoas mal-formadas romperão em clamores, de choque e escândalo. Mas comecemos pelos bem formados...
Um bem formado, de facto, interrogar-se-á, algo atónito: Mas porquê apenas os maiores de 13 anos? Porque não todos e sobretudo os bebézinhos, à maneira de Herodes? É que depois os menores de 13 anos crescem e, vingativos, rancorosos e ressabiados, como por norma toda esta gente rafeira é, desatam de novo aos tiros, às bombas e, pior que tudo, às pedradas nos carros das pessoas.
Já o mal formado, como é apanágio da espécie, sem a mínima noção das conveniências e da boa educação, irrompe aos gritos: Assassinos! Genocidas! Infanticidas! Nazis! Nem as crianças poupam! etc e bla-bla-bla. Anti-semitismo feroz e nada mais que isso, não nos confundamos. Uma vergonha! Uma sandice! Enfim, o costume.
Ora, se me é permitido bedelhar aqui, julgo que nem os bem formados, nem os mal formados estão a ver bem a questão. Porque mais uma vez estão a contemplá-la sob um filtro cultural que deturpa a realidade e não faz justiça à emérita proposta do santo rabi. Não respeitam uma cultura diferente da sua, é o que é. Não tentam sequer estudá-la nem compreendê-la. Sujeitam-na a padrões e princípios que não os próprios, dela, cultura, neste caso judaica.
Passo a explicar. Sem margem para quaisquer dúvidas...

Nós, ocidentais, dum modo geral, alcançamos a maioridade entre os 18 e os 21 anos. Se por exemplo um tipo tiver relações com uma menina ou menino de 13 ou 14 anos é considerado -e muito bem, acho eu - crime, violação, pedofilia. No ocidente, por enquanto, é assim.
Mas em Israel não. Na cultura judaica existe uma coisa chamada Bar/Bat Mitzvah -Bar, em se tratando de menino; Bat, em se tratando de menina. Para celebrar o Bar ou Bat Mitzvah, tradicionalmente, a família dá uma festa. Que celebram eles? Nem mais nem menos do que a passagem do rebento à maioridade. Para efeitos legais, morais e culturais, desde essa data, os aniversariantes tornam-se adultos, de plena responsabilidade. Os pais ficam contentíssimos porque, aos olhos da lei (e de Deus) já não têm eles que arcar com elas, as ditas responsabilidades. Já podem dedicar mais tempo aos negócios. Com que idade se atinge o Bar ou Bat Mitzvah? Nos rapazes, aos 13; nas raparigas, aos 12. A partir dessa idade podem, entre muitas outras coisas, casar com quem muito bem lhe apetecer, desde que não seja gohym, naturalmente.
Portanto, quando o humanitário rabi propõe que se exterminem todos os maiores de 13 anos está a ser perfeitamente escrupuloso, à luz da moral que o rege. Com um rigor piedoso -e ecológico! - inatacável, receita que apenas os machos adultos sejam abatidos. Cumpre, dessa forma, quesitos da mais elementar cinegética. Em qualquer reserva animal é assim.
Inerentemente, também quando os palestinianos malvados fazem explodir um autocarro cheio daquilo que, para nós, são criancinhas entre os 13 e os 15 anos, na verdade, e segundo os costumes lá do sítio, estão a estoirar com uma série de judeus perfeitamente maiores e vacinados. Convém pois que, nessa altura, as pessoas bem formadas mantenham a sua proverbial elevação, e não desatem em escândalos e exageros estapafúrdios mais dignos de varinas do que de gente filigranamente civilizada.
Tudo isto, a mim, entre outras coisas, traz-me à lembrança uma tribo que existe ali para o nordeste de Angola: os Quiocos. Também têm uns rituais, deveras complicados e ruidosos, de iniciação e passagem à idade adulta. Chamam-lhe "Mucanda" - no caso dos rapazes, que são então circuncisados e submetidos a duras provas e ensinamentos; e "Kafundeji", no caso das raparigas. Nos rapazes ocorre na pré-adolescência e nas raparigas mal lhes surgem as regras. Diz-se que a circuncisão foi introduzida em África pelos judeus. O que, de alguma forma, aparenta estas culturas. Mas o que nunca me saiu da memória foi um outro detalhe dos quiocos: a menina, pelos nove anos, tradicionalmente, era desflorada pelo tio, irmão da mãe.

É inegável que qualquer uma destas culturas - a judaica e a quioca - apresenta certas vantagens em relação à nossa. Se o ocidente adoptasse estes costumes, estou seguro que vibraria um golpe demolidor em pragas endémicas como a pedofilia e a pederastia. Começo até a compreender a justificada simpatia -simpatia, que digo eu,verdadeira paixão! - que as nossas elites manifestam, a toda a hora, pelo Estado de Israel. E mesmo as finanças do país: o dinheiro que não se pouparia em investigações, tribunais e processos intermináveis!...

12 comentários:

zazie disse...

"e, pior que tudo, às pedradas nos carros das pessoas".

":O)))))

MP disse...

Cirúrgico.

Anónimo disse...

A generosidade humanista do rabi até me é simpática, mas as coisas são como são: ou se exterminam à nascença (poupando treze anos de despesas de alimentação e educação) ou se esterilizam aos treze anos e são aproveitados com mão-de-obra barata até aos primeiros sinais de degenerescência física.

Agora, engordar palestinianos durante treze anos só por escrúpulos éticos ou esquisitices culturais parece-me um desperdício.

Anónimo disse...

"Já podem dedicar mais tempo aos negócios."

Maldito anti-semita!

LOL! :o)))

dragão disse...

Ora, cá está o meu contraditor de plantão!... :O)

Basicamente, eu estive a explicar às pessoas porque é que o rabi em questão propunha o extermínio de palestinianos a partir dos 13 anos. Acho que expliquei bem.
O seu sarrabulho de pintelhices, mais uma vez, ultrapassa o postal e transcende o autor do mesmo.
E bem pode esperar sentado, deitado, de cócoras e a fazer o pino. Só de sabê-lo nessas angústias, mais uma boa razão para porfiar pelo mau caminho.
Não saia daí, que não demora nada. :O)

Anónimo disse...

O comentário do "nosso" ab parece-me que não acrescenta nada ao que já foi dito!

O facto de existirem os ditos casamentos mistos (que os há) não contraria de forma alguma o que aqui foi dito!

Mais, mesmo em casamentos mistos a descendência pode em certas condições ser considerada judia!
Sabe-se há muito a preferência que os judeus têm em incluir os "génios", ricos ou importantes, mesmo sendo estes gentios, na sua benemérita organização! No fundo é mais um bom negócio! Aliás como seria possivel manter a "organização" a funcionar se alguns gentios não aceitassem participar? É que, não sei se já reparou, mas eles ainda são a maioria!
Deveria antes de mais ver o que dizem os perceitos dessa religião.
O q o seu amigo rabin(h)o diz é apenas uma consequência desses perceitos!

Além disso meu caro sr. o que eles pensam ou não, na realidade nem o sr. nem eu sabemos, ou vossa excelência é versada em telepatia?

E não descontextualize as palavras do sr. goebbels!

E quanto aos gregos e romanos, o sr. quer comparar o tempo moderno com a antiguidade? Já agora não quer falar tb em sacrifícios humanos?

A.H. (de Anti-sHemita, pois claro!)

zazie disse...

A propósito:

outra questão que ainda me intriga mais é o motivo que leva o a.h a colocar sempre ponto de exclamação no final de qualquer frase.

zazie disse...

Queria eu dizer que, assim sendo, era mais natural que assinasse A.P. em vez de a.h.

Antónimo disse...

Caro Sr. Dragão, parece-me profundamente ofensiva a aproximação entre os Quiocos, lá sossegadinhos no nordeste angolano e o Estado de Israel, tudo menos sossegadinho. Eu preferia um quioco para vizinho - e está tudo dito.

A intervenção do (parece que) seu habitual comentador ab, iluminou-me daquela maneira flashante que só as religiões do livro conseguem: o argumento filosófico para exterminar muçulmanos, recentemente aduzido pelo papa ("o pensamento grego não os afectou", como bem sintetizou outro dos seus comentadores noutro blog), começa a irritar Israel. É que a cultura judaica é que proporciona razão e paz e civilização contra a barbárie. Quais gregos, quais romanos!

Obrigado, caro/a ab, pela hierofania.

dragão disse...

Caro Antónimo,

Vê-se que conhece os "eleitos", mas desconhece os quiocos. Se os conhecesse talvez não arriscasse esse palpite.

O "ab" é o Leclerc (it is him, Lecrerc!), aliás cripto-B...., e desempenha aqui as eméritas funções de advogado, não direi do Diabo (para não me chamarem Chavista), mas, seguramente, dos espermatozóides e piolhos púbicos dele.
É uma missão ingrata, um cargo difícil, mas alguém tem que desempenhá-lo. Longa vida ao "ab"!

Anónimo disse...

"(OBS:caro 'Anti-sHemita' peço que não leve a mal nem como impertinência da minha humilíssima pessoa mas não é 'perceitos'. É 'preceitos'.)
"

Tem toda a razão sr. Buiça!!!! Preceitos, muito bem!!!!

Bolas, lá estou eu sempre com os malditos !!!! Isto já se tornou um vício!!!! Tenho urgentemente de encontrar a tecla ... Ahhh ... é esta mesma ........................

dragão disse...

É mais mosquitos.Por cordas.